Prefeito não gostou de derrubada de veto
Faltam pouco menos de seis meses para acabar o mandato, mas a guerra entre os vereadores e o prefeito de Campo Grande, Alcides Bernal (PP), continua. Depois de a Câmara Municipal derrubar veto à lei que determina suspensão temporária da cobrança da taxa de iluminação pública, o chefe do Executivo disse que os legisladores prejudicam a cidade e que tudo que fazem é cometer crimes de cunho homofóbico, xenofóbico, contra a honra, corrupção e pedofilia.
Nessa quinta-feira (14), durante a última sessão do semestre, a Câmara derrubou por 20 votos a 1 o veto de Bernal ao projeto de lei que determina a suspensão, por seis meses, da cobrança da Cosip (Contribuição para Custeio do Serviço de Iluminação Pública).
Edil Albuquerque (PTB), autor do texto, justificou que o Município tem R$ 50 milhões parados em caixa. Segundo ele o valor é justamente oriundo da cobrança. O prefeito avaliou que esta é mais uma iniciativa dos vereadores para reduzir a receita. “Lamentavelmente essa Câmara tem prejudicado muito a Capital”.
“Aliás, criam problemas, leis inconstitucionais, geram despesas, factóides, travam a cidade, envergonham nosso povo”, completou. Ele os acusou os de crimes polêmicos. “Homofobia, xenofobia, crimes contra a honra, organização criminosa, corrupção, pedofilia, etc… Tudo isso é o que esses vereadores fazem”, disse ao Jornal Midiamax.
Essa semana o diretor licenciado do CCI (Centro de Convivência de Idosos) e ex-vereador Valdir Gomes (PP), foi à Câmara para cobrar satisfações com alguns vereadores após divulgação de conversa em um grupo no Whatsapp de cunho homofóbico.
Conteúdo coletado nos celulares dos investigados na Coffee Break revelou diálogo entre legisladores ainda quando o vice-prefeito de Campo Grande afastado, Gilmar Olarte (Pros) estava no comado da cidade.
Na troca de mensagens pelo aplicativo, os vereadores Airton Saraiva (DEM), Carlão (PSB) e Herculano Borges (SD), ironizam contratação de Valdir para assumir a Semadur (Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano), em 2015. Os envolvidos comentaram ironicamente a escolha dele para comandar a pasta. O cassado Delei Pinheiro (PSD) também participa dos comentários homofóbicos.
Nas conversas, Carlão usa o termo “outro gay” para desqualificar as nomeações feitas por Olarte. Em outro trecho, Herculano diz que “está cheio de viado neste grupo”, e se diz pertencer à bancada hétero. Saraiva cita “incompetente” e que “é uma piada de mau gosto”, ao responder comentário de Delei que dizia: Vai gostar de exonerar e contratar.. está brincando de ser prefeito. Os vereadores também fazem trocadilho com nome da secretaria, quando ao se referirem a Semadur, usam o termo “Semacu”.
