Para parlamentar processo deve passar no senado, mas com dificuldades

Nesse domingo (17), foi aprovada, depois de quase dez horas de debates na Câmara Federal, o processo de impeachment da presidente (PT), por 367 votos favoráveis, 137 contra e sete abstenções. Para o deputado estadual Amarildo Cruz (PT-MS), foi uma noite triste e esta segunda, é um dia triste para o Brasil. Segundo ele, a pior coisa que poderia ocorrer no país é tirar o direito de voto da população, como ocorrer nessa sessão de ontem, pelos deputados federais.

“Pra mim foi a comprovação de que na Câmara Federal, não tem, em sua maioria, representantes dignos de todos nós cidadãos. Foi uma sessão que deixou claro a falência da legitimidade da nossa representação. Foi um momento de tristeza e hoje um dia muito triste. Lamentável. A democracia e o voto expresso foram violentados e sofreram um duro golpe”, destacou o parlamentar sul-mato-grossense.

Ele ainda destacou que independente de parido, defende que os culpados sejam punidos, mas neste caso, não há crime. “Se notou com facilidade a diferença dos discursos entre os que votaram contra e os que votaram a favor. Os favoráveis disseram estar votando pela família, pelo cachorro, pelo papagaio e não pelo Brasil e seu povo de modo geral. Enquanto isso, os contrários, tinham embasamento e sabiam o que estavam defendendo. A diferença foi nítida”, ironizou Amarildo.

Sobre ser aprovado no senado, o parlamentar disse ser bem provável, mas com dificuldade. “Eu acredito que não vai ter problema em ser aprovado3 pelos senadores, mas terão problema e dificuldades para isso. Se percebe que estão caindo a ficha das pessoas e estão percebendo que tudo isso não passa de interesses políticos e que quem esta a frente de todo este processo não tem moral nenhum para falar da presidente”, enfatizou o deputado.

Votação

Por 367 votos a favor, 137 contra e sete abstenções, os deputados aprovaram o parecer do deputado Jovair Arantes (PTB-GO), favorável à admissibilidade da denúncia apresentada à Casa pelos juristas Hélio Bicudo, Miguel Reale e Janaína Paschoal.

A autorização da abertura do processo de impeachment seguirá agora para análise do Senado. O deputado Bruno Araújo (PSDB-PE) deu o 342º voto pelo andamento do impeachment. Apenas os deputados Anibal Gomes (PMDB-CE) e Clarisse Garotinho (PR-RJ) não compareceram para votar. Clarisse por estar na 35ª semana de gestação e Anibal por problemas de saúde.

No Senado, o parecer deverá ser lido na sessão de terça-feira (19) e mandado à publicação para, em seguida, ser formada comissão especial para analisar a admissibilidade do pedido de afastamento da presidenta Dilma.