Guerra interna do PMDB segue e influenciará futuro de Dilma
Peemedebistas anti-Dilma
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Peemedebistas anti-Dilma
Nem mesmo as festas de fim de ano foram suficientes para esfriar as articulações pela liderança do PMDB na Câmara. O maior partido da base aliada definirá em fevereiro se o comando da bancada permanecerá nas mãos de um aliado da presidente Dilma Rousseff durante o processo de impeachment, ou se será entregue ao grupo dissidente que defende o afastamento do partido do Palácio do Planalto.
O resultado da eleição é fundamental para o governo, já que, segundo decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) na análise do rito do impeachment, caberá ao líder de cada partido escolher os membros que irão compor a comissão que começa a análise do processo de impeachment.
No início da semana, deputados da ala oposicionista do PMDB se reuniram em Brasília, com a presença do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), para tratar do assunto e tentar uma união para a escolha do novo líder.
Após o episódio da destituição e retomada do posto por Leonardo Picciani (PMDB-RJ), os peemedebistas anti-Dilma querem emplacar um candidato da bancada de Minas Gerais para a vaga, mas encontram dificuldades porque os sete deputados mineiros têm posições divergentes.
Há pressão da cúpula do PMDB para que Picciani fique fora da disputa, mas o atual líder, que tem apoio do Palácio do Planalto, pretende brigar pelo cargo. “Vou ser o candidato e minha proposta é de buscar unidade, respeitar as posições. Sei que nesse momento não há unidade, mas disputarei e tenho a convicção de que unificarei a bancada”, afirmou.
Os deputados oposicionistas pressionam Picciani para que marque já a data e decida a forma como a eleição será feita. Para dificultar a recondução do atual líder, Eduardo Cunha cobra a aplicação de um suposto acordo segundo o qual a recondução só poderá ocorrer por dois terços dos votos da bancada. Picciani nega que exista acordo neste sentido e diz que, para voltar a ocupar a liderança do PMDB em 2016, basta a maioria dos votos. Em 2015, Picciani venceu Lúcio Vieira Lima (PMDB-BA) por um voto.
O grupo dissidente, incluindo Cunha, fechou apoio a um candidato da bancada de Minas, com o argumento de que, proporcionalmente, foi o Estado menos atendido pelo governo na distribuição de cargos relevantes, inclusive nos ministérios. Entretanto, não há um nome definido, devido a uma disputa interna entre os mineiros, que se dividem entre Leonardo Quintão – que chegou a ocupar a liderança por uma semana no início de dezembro –, Newton Cardoso Júnior e Saraiva Felipe.
“Nosso movimento é oferecer a liderança a Minas. Está na hora de unir o partido, e Picciani não é o nome para unir. Ele desuniu a bancada, colocou os interesses dele e do Estado dele acima dos interesses da bancada”, critica Lúcio Vieira Lima.
Caciques do partido dizem que a interferência do governo em assuntos internos da legenda foram nocivos. Dilma chegou a conversar com o ministro dos Transportes, Antônio Carlos Rodrigues (PR), sobre a filiação de deputados do PR do Rio ao PMDB, em uma articulação que não funcionou. Por outro lado, as movimentações de Michel Temer, que procurou se afastar da presidente Dilma tão logo foi deflagrado o processo de impeachment, criaram um racha ainda maior entre governistas e oposicionistas.
Hora de união
Preocupação. Em outra frente, sob o risco de perder a presidência do PMDB, Michel Temer vai começar a percorrer o Brasil impulsionando as campanhas municipais, já com o foco em 2018. Disputa é marcada por reviravoltas
BRASÍLIA. Reviravoltas, traições e bastidores intensos marcaram o processo em que o PMDB buscou um líder que reunisse apoio suficiente na bancada de deputados federais para se manter no cargo. Eleito em fevereiro, quando derrotou o baiano Lúcio Vieira Lima por um voto, Leonardo Picciani, do Rio, alcançou rápido protagonismo e se tornou interlocutor do Palácio do Planalto – a despeito de ter apoiado Aécio Neves, adversário de Dilma Rousseff em 2014. A deflagração do processo de impedimento da presidente trouxe instabilidade ao cenário. Insatisfeitos com as escolhas do líder para a Comissão Especial do Impeachment – a ala oposicionista julgava que havia apenas nomes alinhados ao governo –, peemedebistas articularam a destituição de Picciani e reuniram assinaturas para levar o mineiro Leonardo Quintão à liderança. O vice-presidente Michel Temer, insatisfeito com Picciani desde a reforma ministerial, participou da articulação. O contra-ataque foi capitaneado pelo PMDB do Rio: deputados que ocupavam secretarias retornaram a Brasília, enquanto parlamentares de siglas aliadas foram nomeados em secretarias pelo governador Luiz Fernando Pezão e pelo prefeito Eduardo Paes. Desta forma, suplentes do PMDB foram convocados e engrossaram o apoio a Picciani, que voltou à liderança. Até mesmo deputados que haviam apoiado Quintão migraram para o lado de Picciani, com um empurrão do Palácio do Planalto: Dilma pediu a ministros, como Hélder Barbalho, que convertessem deputados sobre quem tinham influência. Caso Cunha também em pauta Outro tema que ocupará as discussões internas do PMDB é a sucessão de Eduardo Cunha na presidência da Câmara, caso o Supremo Tribunal Federal (STF) acate a demanda do procurador geral da República, Rodrigo Janot, que pediu formalmente sua saída. O secretário geral do PMDB, Eliseu Padilha, avisa que o partido não abrirá mão da presidência da Casa, mas que o assunto ainda não está na pauta: “O Cunha ainda está na guerra, não se entregou. O PMDB não abrirá mão da presidência da Câmara. É uma questão do PMDB, vamos querer resolvê-la no partido.
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