A ação é baseada em uma questão de ordem

O presidente do Conselho de Ética da Câmara dos Deputados, José Carlos Araújo (PSD-BA), disse hoje (23) que o pedido da defesa de junto ao Supremo Tribunal Federal () para que seja afastado do cargo durante o processo é querer acabar com o o colegiado.

“Pelo que estou vendo, querem é acabar com o conselho. Qualquer pessoa que tenha uma palavra que não seja de acordo com o que a Mesa [Diretora da Câmara] quer, então querem tirar. Mas eu tenho mandato, então vai ser difícil me tirar”, afirmou Araújo.

A ação no STF é baseada em uma questão de ordem formulada pelo deputado Wellington Roberto (PR-PB), aliado de Cunha. Para Wellington Roberto,  José Carlos Araújo não é isento e não poderia votar em caso de empate na votação sobre a admissibilidade do processo contra Cunha.

O pedido pode ter impacto decisivo na votação da admissibilidade do processo contra o presidente da Câmara. Pelo regimento, o presidente do Conselho de Ética só vota em caso de empate. Com as alterações na composição do conselho, a expectativa é que a votação do parecer do relator, Marcos Rogério (PDT-RO), fique empatada em 10 a 10. “Temos a garantia de que, seja qual for o placar, vai se recorrer ao plenário. O plenário será soberano. Nós vamos decidir isso no plenário”, enfatizou.

Araújo criticou novamente o líder de seu partido (PSD), Rogério Rosso (DF) que indicou o deputado João Carlos Bacelar (PTN-BA), aliado de Cunha, para assumir a titularidade no conselho no lugar de Sérgio Brito (PSD-BA). “Ele foi grosseiro, não foi ético comigo e, por isso, perdeu o meu respeito. Não sei quais foram as razões que o levaram a isso, mas foi errada. Ele não podia fazer o que fez, recorrer a outro partido”, reclamou Araújo.