Declaração polêmica de Lula referia-se a acervo pessoal, e não a processo

Frase distorcida foi utilizada até em pedido de prisão

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Frase distorcida foi utilizada até em pedido de prisão

 

O Brasil praticamente parou quando veio à tona, no último dia 5, a frase em que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva supostamente desdenhou do processo que responde por tráfico de influência. “Eles que enfiem no c* todo o…”, falou o ex-presidente, no plano de fundo de um vídeo gravado pela deputada federal Jandira Feghali (PC do B-RJ).

O vídeo, que foi feito em solidariedade a Lula, conduzido coercitivamente a depoimento naquele dia, funcionou como um tiro que saiu pela culatra. A frase foi argumento, inclusive, para pedido de prisão preventiva do ex-presidente, movido pelo MPE-SP (Ministério Público Estadual de São Paulo).

O que não foi observado, entretanto, é que desde o início o juiz federal Sérgio Moro, da 13ª Vara Federal de Curitiba, que conduzia a investigação, tinha conhecimento de que Lula não tinha se referido ao processo durante o diálogo, mas ao acervo pessoal. Moro autorizou a interceptação telefônica de Lula e tinha acesso às gravações na ocasião da publicação do vídeo.

Declaração polêmica de Lula referia-se a acervo pessoal, e não a processoFoi justamente a ameaça de prisão de Lula a gota d’água de todo o imbróglio envolvendo sua nomeação ao cargo de ministro chefe da Casa Civil e, consequentemente, as benesses do foro privilegiado, ainda mais quando o pedido de prisão do ex-presidente foi direcionado da Justiça de São Paulo para o juiz federal Sérgio Moro.

O que comprova que Lula reveria-se ao acervo foi que, no dia em que Lula seguiu nomeado ministro, conforme publicação extra do DOU (Diário Oficial da União) no dia 16, a Justiça Federal vazou à imprensa os áudios de conversas de Lula e Dilma – uma, mais emblemática, foi apontada como possível negociação do cargo de ministro. Já a outra consiste justamente no diálogo de Lula com a presidente filmado por Jandira.

Na verdade, Lula e Dilma discutiam o imbróglio decorrente do acervo pessoal do presidente da república, e não o processo. Confira o diálogo que comprova a distorção da frase, conforme o material divulgado pela Polícia Federal:

Lula – Estou pensando em pegar todo o ACERVO e levar e jogar na frente do Ministério Público. Eles que enfiem no c* e tomem conta disso.
Dilma – O ACERVO de quê?
Lula – Ô, ô, Dilma, são 11 contêineres de tranqueira que eu ganhei quando eu tava na Presidência.
Dilma – Ah, dá para eles… Eu vou fazer a mesma coisa com o meu.

 

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