‘Conversa de bandido para delegado’, diz prefeito sobre CPI que pode cassá-lo

Câmara de Paranaíba vai investigar dívida da previdência

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Câmara de Paranaíba vai investigar dívida da previdência

Às vésperas das convenções partidárias, que vão definir os candidatos das eleições deste ano, a Câmara de Paranaíba, município distante 413 km da Capital, instaurou uma Comissão Processante que pode cassar o mandato do prefeito Diogo Tita (PPS), por supostas irregularidades na previdência municipal, fato negado pelo alcaide.

De acordo com denúncia protocolada na Câmara por um ex-secretário da gestão de Tita, ele teria deixado de pagar cerca de R$ 4,4 milhões ao Previm (Instituto de Previdência dos Servidores Públicos do Município de Paranaíba) de janeiro de 2015 a abril de 2016.

“Só no carnaval destes dois anos o prefeito gastou mais de R$ 600 mil; com a imprensa mais de R$ 600 mil; com festas, muito mais. Não pode deixar de pagar o Previm e querer jogar a dívida para frente, pedindo um parcelamento de 60 meses, para os próximos prefeitos pagarem a conta que é dele. Ao pedir o parcelamento ele assume a dívida”, disse o denunciante, o advogado Márcio Seraguci.

Procurado, o prefeito explicou que já havia encaminhado à Câmara um projeto, com previsão legal, de parcelamento, em 60 meses, dos débitos previdenciários do município com o Previm, o que para os vereadores pode inviabilizar o caixa da prefeitura para a próxima gestão.

“Isso é conversa de bandido para delegado. A lei me faculta o parcelamento em 60 meses e enviei esse projeto (para Câmara) e ao invés do presidente votar, ele pegou um assecla e pediu para o cara fazer a denúncia. Não há irregularidade”, disparou Tita, que emendou que já respondeu a duas CPI´s que teriam sido arquivadas por falta de provas.

O presidente do legislativo de Paranaíba, vereador Maycol Henrique Queiroz, o Maico Doido (PDT), foi procurando pela reportagem para comentar o assunto, mas não atendeu às ligações até o fechamento da matéria.

Tita também acusa o autor da denúncia de lhe cobrar dinheiro para não denegri-lo na cidade. “Foi meu secretário e começou com umas coisas muito sujas aqui. Ele mandou bilhete com letra dele e me pediu R$ 212 mil. Eu falei ‘meu irmão a prefeitura nossa é pobre e desgraçada, como vou te pagar?”, disse o prefeito.

O autor do pedido de Comissão Processante, Seraguci negou que tenha pedido dinheiro ao prefeito. “Deixei a prefeitura, um salário de mais de R$ 7 mil, porque não compatibilizei com a forma dele administrar”, frisou o advogado, que alega ainda que o município desconta valor da previdência do servidor, mas não repassa ao Instituto.

Segundo o Portal O Interativo, a Câmara aprovou abertura da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) para apurar a denúncia na sessão de 11 d e julho, e o grupo será composto pelos vereadores Heliomar Cangussu (PMDB) – presidente, Jane Paula da Silva Colombo (PDT) – relatora – e Jose Souto Silva (PSDB) – membro.

O atual prefeito, que está sem seu 3º mandato à frente de Paranaíba, afirmou ainda que aguarda uma pesquisa de intenção de voto no município para definir se será candidato à reeleição, mas disse que o presidente da Câmara já apresentou sua pré-candidatura à prefeitura, o que poderia ter motivado abertura da CPI.

 

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