Após denúncia da Coffee Break, Rocha admite que não há harmonia com Executivo
Presidente diz que impasses ocorrem por “incompetência” do prefeito
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Presidente diz que impasses ocorrem por “incompetência” do prefeito
Questionado sobre a relação dos vereadores com o prefeito de Campo Grande Alcides Bernal (PP) após lista de denunciados pelo MPE (Ministério Publico Estadual), o presidente da Câmara Municipal, João Rocha (PSDB) negou qualquer revolta entre os citados no relatório da Coffee Break, porém reconheceu, nesta quinta-feira (2), que não há harmonia entre legislativo e executivo. Em sua defesa, o vereador garantiu que não existe “guerra política” entre as partes e que os trabalhos na Casa não sofrerão interferência.
De acordo com João Rocha, que também teve nome citado em relatório final da Operação Coffee Break, encaminhado na terça-feira (31) à Justiça, os maiores impasses com executivo são decorrentes da “incompetência da equipe de Bernal” e que a Câmara manterá sua forma de trabalho, enquanto vereadores apresentam suas defesas de modo paralelo.
O presidente ainda defendeu os trabalhos da Comissão Processante, que resultou na cassação de Alcides Bernal, garantindo que se ocorresse hoje nova votação, provavelmente o prefeito seria novamente cassado. “Se tivéssemos que votar novamente votaria da mesma forma e acho que alguns outros também votariam da forma como nós 23 vereadores votamos”.
Em seguida, ressaltando a relação conflituosa com executivo que perdura por todo mandato de Bernal, João Rocha reafirmou a “falta de harmonia”, negou “guerra política” e para justificar constantes reprovações à projetos do executivo, fez comparações com gestões anteriores.
“Antes não havia tantos projetos vetados porque vinham completos. A equipe de 4 anos atrás era mais competente. Na minha cabeça como homem publico, parlamentar, nós não podemos misturar o não bom relacionamento entre executivo e legislativo, com o que é legal e não legal. Quando assumi como presidente, afirmei que assumiria uma postura regimentalista e legalista e é o que estou fazendo, não tem como ser diferente”, ponderou.
Ainda contrariando afirmações de que a Câmara e Prefeitura travam guerra política, o presidente lembrou que alguns projetos do executivo foram recentemente aprovados e por unanimidade. “A suplementação da Cidade de Deus, por exemplo, foi aprovada na última terça-feira e por unanimidade na Casa, mas para isso foram diversos requerimentos e ofícios pedindo documentos que faltavam no projeto. Se a prefeitura fizesse as coisas certas, os vereadores aprovariam”, disse.
Sessão
Hoje havia um projeto do vereador Alex do PT para ser votado, mas acabou saindo da pauta. Segundo o presidente, o projeto só saiu de pauta por conta do vereador. Para próxima terça-feira (7) a expectativa é de que o veto do prefeito ao polêmico projeto da “Lei da Mordaça” seja colocado em discussão e votação, considerando que o veto deu entrada na Casa em 30 dias, prazo que ultrapassado, acaba trancando a pauta da Câmara. Quando isso acontece, nenhum outro projeto pode ser votado até a votação do vencido. Ainda assim, o presidente não confirmou quais projetos estarão em pauta na próxima sessão.
Operação
A Operação Coffe Break, que investiga se de fato houve negociata para a cassação de Alcides Bernal, reconduzido ao cargo em agosto de 2015, está em curso há dez meses, na qual foram colhidos 50 depoimentos e o relatório fechado com mais de 7 mil páginas de documentos.
Na última terça-feira, o caso chegou em um dos seus momento mais importante em que o MPE ofereceu denúncia a 24 pessoas para a Justiça. Os crimes dados aos envolvidos citados são de associação criminosa, corrupção passiva e corrupção ativa.
Bernal ficou um ano e meio afastado e seu vice Gimar Olarte assumiu o cargo. Com a deflagração desta operação, Olarte foi afastado, por decisão do Tribunal de Justiça acatando pedido dos promotores responsáveis pela investigação de envolvimento dele no alegado esquema para cassar o prefeito.
A investigação foi conduzida pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial e Repressão ao Crime Organizado), responsável pelo trabalho de apuração, liderada pelo promotor Marcos Alex Vera. Com as denúncias, nenhum pedido de prisão ou afastamento foi feito, sob alegação de que, nesta fase, não há mais essa necessidade.
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