Alvo da Lava Jato, JBS doou à campanha de pelo menos 10 políticos de MS

Doações são oficiais e constam de prestação aprovada

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Doações são oficiais e constam de prestação aprovada

A empresa JBS Friboi, principal alvo da nova fase da Operação Lava Jato, deflagrada nesta sexta-feira, 1º de julho, aparece como forte doadora de campanha de políticos de Mato Grosso do Sul. Ao menos 10 receberam doações na campanha de 2014. As doações citadas são oficiais, informadas nas prestações de contas que foram aprovadas pela Justiça.

Para o governador Reinaldo Azambuja (PSDB), na campanha que o elegeu, em 2014, a JBS doou mais de R$ 10 milhões. Entre as outras lideranças que receberam doações da empresa investigada está o ex-prefeito Nelson Trad Filho (PTB), a senadora Simone Tebet (PMDB) e o atual prefeito de Campo Grande, Alcides Bernal (PP). Dos parlamentares federais, dos oito deputados, apenas dois não receberam doação da JBS, sendo eles Vander Loubet e Zeca do PT, ambos do Partido dos Trabalhadores.

Os outros seis receberam. Pela ordem de valor mais alto estão Geraldo Resende (PMDB), recebeu R$ 300.000,00 – trezentos mil reais; Dagoberto Nogueira (PDT) recebeu R$ 170.000,00 – cento e setenta mil reais; 8 – Carlos Marun (PMDB), recebeu R$ 103.000,00 – cento e três mil reais, empatando com Tereza Cristina (PSB) – que também recebeu R$ 103.000,00 – cento e três mil reais; Luiz Henrique Mandetta (DEM) recebeu R$ 25.086,00 – vinte e cinco mil e oitenta e seis reais e Elizeu Dionizio (PSDB) recebeu R$ 22.863,00 – vinte e dois mil e oitocentos e sessenta e três reais. Destes apenas Elizeu não ganhou a a eleição, mas assumiu pela suplência, já que o deputado licenciado Marcio Monteiro se tornou secretario do governo de Azambuja.

Nelson Trad filho, que concorreu para governador recebeu R$ 3.260.000,00 – três milhões e duzentos e sessenta mil reais. Simone que concorreu pelo Senado e ganhou recebeu R$ 1.720.000,00 – um milhão setecentos e vinte mil reais. Bernal, que concorreu na ocasião ao Senado, mas não ganhou recebeu R$ 400.000,00 – quatrocentos mil reais.

Quem também aparece como receptor das doações da JBS é o senador cassado Delcídio do Amaral (sem partido/MS), que concorreu a eleição para o governo mas perdeu. Ele recebeu R$ 214.805,00 – duzentos e quatorze mil e oitocentos e cinco reais. Todos estes dados foram retirados do sistema Prestação de Contas Eleitorais e nestes casos referente ao pleito de 2014.

Operação

A Polícia Federal deflagrou nessa sexta-feira (1º) mais uma fase da Operação Lava Jato. As empresas do grupo JBS Friboi estão entre os alvos. A operação foi batizada de Sépsis. A origem do nome faz referência ao quadro de infecção generalizada quando um agente infeccioso afeta mais de um órgão.

Os mandados desta etapa da operação foram autorizados pelo ministro do Supremo Tribunal Federal Teori Zavascki, relator da Lava Jato no STF. Os policiais cumpriram mandados em três estados, São Paulo, Rio de Janeiro e Pernambuco, assim como no Distrito Federal.

A JBS divulgou comunicado, endereçado aos acionistas e ao mercado, em que nega ser alvo dessa nova fase da Lava Jato. “A companhia, bem como seus executivos, não é alvo e não está relacionada com a operação da Polícia Federal”, enfatizou a nota.

Mais tarde, a J&F Participações, holding que também é proprietária do frigorífico JBS, divulgou nota em função da operação em outra empresa do grupo, a Eldorado. A J&F diz que não sabe as razões da ação policial de hoje. “A companhia desconhece as razões e o objetivo desta ação e prestou todas as informações solicitadas. A Eldorado sempre atuou de forma transparente e todas as suas atividades são realizadas dentro da legalidade”, diz a nota da empresa.

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