Agente patrimonial denuncia pressão de ex-secretário para categoria votar em Rose
Juiz eleitoral encaminhou análise para Polícia Federal
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Juiz eleitoral encaminhou análise para Polícia Federal
Uma denúncia de crime eleitoral foi protocolada em Cartório no último dia 27 de agosto e implica o nome da candidata a prefeita Rose Modesto (PSDB), o ex-secretario de administração do governo, Carlos Alberto Assis, atualmente responsável pela campanha da tucana, além de um candidato a vereador da mesma coligação. Nela, um agente de segurança patrimonial do Estado de Mato do Sul, alega que vem sofrendo pressão e coação por parte de um grupo de agentes coordenado pelo ex-secretário para que participe de reuniões, com promessas políticas em troca do voto.
Conforme o denunciante, um grupo de agentes foi designado para atuar na persuasão dos demais. Eles teriam sido ‘liberados’ para percorrerem os postos de serviço dos colegas, avisando sobre uma reunião que aconteceria na última terça-feira (30), às 14h. Este percurso, segundo ele, estaria sendo feito em horário de expediente, com uso de veículos oficiais, gasolina e telefone da base operacional da Coordenadoria de Segurança Patrimonial.
O nome de um agente foi colocado como prova na acusação. O denunciante afirma que ele, mesmo tendo sido afastado de suas funções e atribuições, está ganhando o limite máximo de horas extras e adicional noturno, mais o total de seu salário. Este agente, estaria sob ordens diretas do ex-secretário de administração e coordenaria o restante do grupo.
O Jornal Midiamax teve acesso às cópias da denúncia e verificou as alegações do denunciante. Nelas aparece também o nome desse grupo que estaria atuando em campanha, bem como de outros agentes que compareceram em uma reunião ocorrida no último dia 24 de agosto. Um vídeo onde apareceria Carlos Alberto Assis prometendo alteração de uma lei orgânica e que beneficiaria os agentes também foi apresentado como prova, porém o Jornal ainda não teve acesso.
“Essa reunião foi para que fosse passado para cada agente presente a estratégia de campanha, veja que os ocupantes de cargos de confiança se fazem presentes, todos que ali estavam foram preparados para persuadir os agentes pela troca de votos, pela alteração do dispositivo da lei orgânica da categoria”, diz a descrição do agente denunciante sobre as imagens do vídeo.
Em consulta aos nomes apresentados na denúncia pelo Portal da Transparência, o Jornal observou que a média salarial dos agentes listados varia entre R$ 3 a R$ 5 mil. Já dois deles, que apresentam nível de cargo diferenciado, aparecem com remuneração maior, sendo um de R$ 7 mil e outro de R$ 15 mil.
A reportagem foi até o comitê central da candidata Rose Modesto na data da suposta reunião, onde estariam o candidato a vereador André Salineiro, o ex-secretário e a vice-governadora. No local, recebeu a informação que não havia reunião prevista no dia. Mensagens de Whatsapp também foram anexadas na denúncia e nelas havia confirmação da presença dos três.
O jornal entrou em contato com a assessoria de comunicação da candidata para questionar sobre a denúncia e sobre o uso de servidores na campanha. Em resposta às indagações, esclareceram que a candidata não foi notificada acerca da suposta denúncia e que nenhum funcionário público está trabalhando na campanha em horário de expediente. Também negou utilização de carros oficiais na campanha eleitoral.
Já sobre suposta pressão feita pelo ex-secretário, a assessoria informou que “desde que deixou o cargo para atuar na campanha política, em obediência à lei, o ex-secretário de administração e desburocratização, Carlos Alberto de Assis, afastou-se de qualquer tratativa relacionada à administração pública”.
Em contato telefônico com o juiz eleitoral David de Oliveira Gomes Filho, ele confirmou que teve acesso à denúncia anônima no último fim de semana. De acordo com o magistrado, foram feitas análises nos prints de Whatsapp encaminhados pelo denunciantes, e inicialmente não se observou nenhum crime evidente. Davi explicou também que não conseguiu assistir o conteúdo de vídeo, entregue em DVD.
“A pessoa que denunciou deve ter feito alguma coisa errada na hora de gravar e não consegui abrir o arquivo, mas esse processo foi encaminhado já, para que a Polícia Federal tente descobrir alguma coisa”, explicou.
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