‘Problema não é a empresa, é a Prefeitura, que não paga', disse parlamentar

A Câmara Municipal de aguarda desdobramentos judiciais para, se for o caso, interferir na discussão entre Prefeitura e Solurb, concessionária da da cidade – os trabalhadores do setor cruzaram os braços, por falta de pagamento, na segunda paralisação recente. Parlamentares atribuem ao Executivo a responsabilidade de resolver o impasse e sugerem até acordo, enquanto questionam a possibilidade de intervenção.

“Temos que esperar o que vai acontecer, as conversas do Executivo com a empresa e a questão judicial. Depois de tudo isso, se não for resolvido, é que a Câmara vai interferir, porque temos que zelar pelos serviços prestados à população”, analisou João Rocha (PSDB) durante a sessão desta quinta-feira (8).

O vereador Chiquinho Telles (PSD) cogitou que, se for necessário, seja feita a convocação de representantes dos dois lados para analisar, principalmente, a falta de repasses à empresa por parte do município. “Segunda (12) é feriado, se a greve acontecer, a cidade estará cheia de lixo de novo”, disse – a primeira paralisação começou em 8 de setembro, uma terça, após o feriado no dia anterior.Vereadores rejeitam intervenção, mas cobram solução à 'crise do lixo'

Na visão de Airton Saraiva (DEM), uma eventual intervenção da Prefeitura na empresa “é medida antidemocrática”. Segundo ele, o contrato já foi analisado pela Justiça e é legal.

Jamal Salem (PMDB) lembrou que o vice-prefeito afastado do cargo de prefeito, Gilmar Olarte (PP), mantinha conversações com a empresa para evitar a suspensão do serviço e “pagava, mesmo parcelado”. Ele também diz achar que uma intervenção seria antidemocrática: “não é assim que se administra”.

Ainda conforme o peemedebista, “o questionamento não é com a empresa, mas com a Prefeitura, que não paga”. Um caminho amigável, finaliza, seria um TAC (Termo de Ajustamento de Conduta) intermediado pelo MPE (Ministério Público Estadual).

Uma das únicas favoráveis à Prefeitura intervir na Solurb, Luiza Ribeiro (PPS) lembra que o contrato tem sido contestado desde o começo, em 2012. “Agora está na hora de tomar uma atitude, não romper o contrato, mas fazer a intervenção”, diz ela.