Sob ameaça de CPI, Olarte prepara jantar secreto e recebe não de vereadores

Vereadores entram em contradição ao comentar jantar preparado pelo prefeito

O prefeito de Campo Grande, Gilmar Olarte (PP), resolveu agir rápido depois que vereadores ameaçaram abrir uma CPI para investigar as denúncias de buraco fantasma em Campo Grande. Pressionado, o prefeito chegou a marcar um jantar só para os mais íntimos, no final de semana, mas pouca gente apareceu e quem foi, prefere ficar bem quietinho.

A reportagem chegou a receber ligações informando sobre o jantar, que aconteceria na casa do produtor rural Raimundo Nonato, que pediu a cassação de Alcides Bernal (PP) na Câmara. Porém, vereadores não confirmaram o encontro.

A declaração de Alceu não bate com a do vereador Carlão (PSB). Ele contou a reportagem que foi convidado por Alceu Bueno para participar  da reunião que aconteceria na casa do Raimundo Nonato, mas que preferiu não ir. “Ele me disse que seria uma reunião só para os mais chegados, mas eu não fui não”, entregou.

Ainda não se sabe o motivo do mistério envolvendo a reunião, mas a denúncia que chegou ao Midiamax informava que até donos de empreiteiras de tapa buraco estariam no encontro, mantido sob sigilo.

Outros vereadores, assim como Alceu Bueno, afirmam que a reunião não aconteceu. “Eu fiquei sabendo que ia ter, mas acabou sendo cancelada. Acho que não teve. A coisa não está legal. Tem que alinhar as coisas para ai fazer jantar. Tem que colocar primeiro o trem na linha”, avaliou.

Já o vereador Chiquinho Telles (PSD) ouviu falar de uma reunião no fim de semana, mas alega não ter participado.  “Se teve, não fui convidado. E se fosse convidado, também não iria. Precisa de mais ação e menos conversa. Tem muita coisa para esclarecer. Jantar para que? Já conversamos tantas vezes”, declarou. A reportagem tentou contato com diversos vereadores, mas os demais não atenderam telefone.

Nesta semana a Câmara decide se abre ou não uma CPI para investigar a denúncia de buraco fantasma em Campo Grande. Alguns vereadores querem investigação sobre vídeo onde funcionários de empreiteira estariam tapando buraco que não existe. O prefeito alega que o vídeo é montagem e que vai provar o que chama de “perseguição política”.