Ofício de secretário foi lido nesta quinta (19) na sessão da Câmara

Ao pedir mais prazo para responder a questionamentos da Câmara Municipal sobre tapa-buracos em Campo Grande, o chefe da Seintrha (Secretaria Municipal de Transporte e Habitação), Valtemir de Brito, empurrou a responsabilidade pelos contratos do setor para as administrações anteriores. O documento foi lido na sessão desta quinta-feira (19).

Conforme o ofício 192, o prazo final para a apresentação dos documentos é 26 de fevereiro, próxima quinta-feira. “(…)Informamos que devido a quantidade de dados e documentos solicitados, não só por essa Câmara, mas por outros órgãos de fiscalização, não houve tempo hábil para a coleta de tais documentos para a entrega no dia acertado, que seria hoje 13/02/2015”, traz a justificativa.

Em seguida, a Seintrha passa a bola para os antecessores da Prefeitura. “Não obstante a isso, encaminhamos relatório com todos os contratos de tapa buracos e fornecimento de CBUQ, que são remanescentes de administrações anteriores, esta administração somente deu sequência às contratações existentes”.

A justificativa de Kako, como é chamado o chefe da Seintrha, não é vista como suficiente por parte da oposição. “Isso não dá para ser levado na barriga por um secretário que não tem informação”, disse Luiza Ribeiro (PPS) após a leitura no plenário, dizendo que insiste na assinatura, por parte dos colegas, de requerimento para abertura de CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito).

Os serviços de tapa-buracos são alvo de suspeitas em Campo Grande após várias denúncias, algumas gravadas em vídeo, de ações feitas onde supostamente não seria necessário – trechos de ruas sem buracos. Das dez assinaturas necessárias para abertura de CPI, a oposição conseguiu oito até agora.

“(O secretário) Está preparando documento que não tinha? Regularizando contrato para ganhar tempo? Não é alguém da área, é alguém de confiança do prefeito (Gilmar Olarte, PP), a melhor solução é abrir a caixa preta”, emenda a vereadora.