“Se o Olarte for cassado eu não me torno prefeito”, rebate Mário César

Presidente da Câmara afirma que não ‘dá as cartas’ na Prefeitura: só sugeriu um nome

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Presidente da Câmara afirma que não ‘dá as cartas’ na Prefeitura: só sugeriu um nome

Depois de 72 horas de silêncio, o presidente da Câmara Municipal rebateu as acusações do ex-prefeito de Campo Grande, Alcides Bernal (PP), que o definiu como um mentor da administração da Prefeitura na gestão de Gilmar Olarte. Ele recebeu o Midiamax em seu gabinete e garantiu não ter influência nas tomadas de decisão da equipe que trabalha neste momento na Prefeitura. Sobre o fato de ser considerado por Bernal o sucessor imediato de Olarte, Mário César (PMDB), detalhou o trâmite de um possível cenário de cassação, onde apenas de maneira interina ele administraria a Capital. 
  
“Um comanda o que se arrecada, outro comanda o que se paga e o terceiro o que se administra e são justamente eles são os responsáveis pela crise administrativa e financeira do município. Hoje o gasto com a folha está acima de 53% da receita corrente líquida da Prefeitura. Um crime, que cabe afastamento imediato do gestor, e quem é que assume no lugar dele? O seu sucessor direto, neste momento o Mário César”, afirmou Bernal na noite da última terça-feira (27), em exclusividade ao Midiamax, em acusação ao presidente da Câmara Municipal. O ex-prefeito havia acabado de ter indeferida mais uma tentativa de voltar ao cargo para o qual foi eleito em 2012.
Da tríplice apontada por Bernal apenas um quesito foi coerente na realidade segundo Mário Cesar. Foi dele a indicação para o nome do secretário de Receita, o auditor fiscal de carreira, Ricardo Vieira Dias. Conta o presidente do Legislativo de Campo Grande que foi consultado por Olarte sobre a referência de um profissional, e por ter a formação técnica do cargo que ele inclusive já ocupou, fez a menção a Ricardo. 

“Eu sou funcionário de carreira da Prefeitura de Campo Grande, sou auditor fiscal, fui secretário adjunto, secretário de Receita, diretor executivo, até por isso conheço bastante essa parte da gestão financeira que é bem técnica. Hoje como presidente da Câmara acompanho as Finanças da Prefeitura por conta do cargo que exerço mas não tomo nenhuma decisão na Administração do Olarte, porque a gestão é do prefeito, os cargos de confiança são dele. O único nome que sugeri foi na Receita por ser eminentemente técnica, é a área que arrecada, não a que gasta”, justificou Mário, desassociando a sua influência das gestões nas Secretarias de Administração e de Finanças. 

Mário César ainda contradisse Bernal quanto a realidade do trabalho na Senre (Secretaria de Receita do Município), que de acordo com o vereador seria uma das com melhor desempenho registrado no ano de 2014. O presidente da Câmara fez questão de enfatizar que Ricardo Vieira Dias fez parte do Corpo Técnico que auxiliava o ex-titular da pasta durante a Administração de Alcides Bernal, o auditor da Receita Federal, Gustavo Freire. 

Prefeito? 

Em tempos de ‘tapa buraco fantasma’, polêmica que vem sendo veiculada na Mídia quanto a gestão de Olarte, Mário falou a reportagem que sempre procurou se manter isento quanto ao Executivo, para não perder o direito que lhe compete como vereador que é o de fiscalizar. Na tarde desta sexta-feira a Câmara Municipal, presidida por ele anunciou a possibilidade da abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito sobre o serviço de ‘tapa buraco’ da Selco Engenharia LTDA. Mário se diz contrário a investigação. Sobre o risco de se tornar prefeito, o parlamentar respondeu que isso só aconteceria de forma interina.

“A figura do vice na Prefeitura de Campo Grande acabou. O Presidente da Câmara não é o sucessor imediato. Se o prefeito se ausentar por dez dias ele comunica o Legislativo Municipal e nesse lapso de tempo o Presidente da Câmara assume a Prefeitura, na vacância. Se acontecer um afastamento do prefeito em exercício de forma definitiva não é automático que o representante da Câmara Municipal exerce essa função no Executivo. Ele exerce apenas interinamente e é convocada uma eleição interna para se definir o substituto”, explica Mário Cesar, que neste caso teria que concorrer com qualquer vereador da atual Legislatura, e qualquer cidadão, para se tornar de forma definitiva o prefeito da Capital. 

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