Retrospectiva: prestes a concluir 1º ano, ‘crise’ marca discurso de Azambuja

Cultura e Esporte não receberam investimentos prometidos

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Cultura e Esporte não receberam investimentos prometidos

O governador Reinaldo Azambuja (PSDB) tem usado o mesmo discurso do seu antecessor, André Puccinelli (PMDB), para falar do seu primeiro ano de administração. Quando indagado sobre o primeiro ano de gestão, o tucano e seus aliados dizem que conseguiram equilibrar as contas e citam a crise como entrave.

O fato é que Azambuja não conseguiu fazer grandes investimentos neste primeiro ano e tem destacado a redução de despesas, tal como com pavimentação e manutenção de rodovias, e o Caravana da Saúde como pontos fortes, mas vêm sofrendo críticas com medidas impopulares, como aumento de impostos.

A caravana já passou por diversas regiões do Estado, reduzindo filas e deixando alguns aparelhos necessários para evitar que pacientes façam viagens longas para uma consulta, na chamada “ambulancioterapia”. Esta é, sem dúvida, a ação mais elogiada do governador, reconhecida até pela oposição.

Se por um lado há elogios para a caravana e contas, há muitas críticas ao aumento de imposto. Azambuja aumentou o ICMS para produtos avaliados como supérfluos (bebidas, cigarros e cosméticos) e o Imposto sobre Transmissão Causa Mortis e Doação (ITCD), causando grande polêmica.

As medidas causaram muita crítica a Azambuja por conta do discurso feito durante a campanha, onde chegou a gravar um programa criticando a cobrança de impostos. “Tudo que você paga tem muito imposto. Em tudo que você consome tem imposto. A gente nem percebe mas o imposto fica com grande parte do que a gente ganha. Em Mato Grosso do Sul é muito pior. O peso dos impostos é o mais alto do País”, dizia o governador no vídeo da campanha.

No mesmo vídeo Azambuja prometia baixar a alíquota do ICMS do diesel de 17% para 12% para aumentar o consumo e evitar o fechamento de postos de combustíveis. Ele cumpriu a promessa neste semestre, mas já anunciou que não manterá para o próximo ano, visto que não conseguiu redução do preço na bomba e nem devolução do  imposto que abriu mão para facilitar a vida dos empresários.

Esporte e Cultura

Azambuja também não tem agradado artistas e atletas. Oficialmente, prometeu no plano de governo um investimento de 1,5% em Cultura, mas não cumpriu em 2015 e nem deve cumprir em 2016. Levando em conta tudo o que está prometendo em investimento, inclusive dividindo com o Turismo, Empreendimento e Inovação, Azambuja só deve aplicar R$ 61,8 milhões em Cultura.

O valor representa 0,43 do orçamento, o que está muito longe dos R$ 208,5 milhões que deveria aplicar, visto que há previsão de arrecadação de R$ 13,9 bilhões . O mesmo acontece com o Esporte, onde o grupo de Azambuja prometeu investir 1% do orçamento.

Seguindo o prometido, Azambuja teria que investir R$ 139 milhões em eventos esportivos ou na manutenção da fundação, mas segundo orçamento a previsão é de investimento de apenas R$ 27,7 milhões.

O governador também enfrentou insatisfação na área de segurança, com críticas a pouco investimento em viaturas, armamentos e pessoal. Quem prestou concurso e esperava ser chamado por Azambuja, se decepcionou. Eles alegaram que o governador prometeu chamar os aprovados, mas não cumpriu o acordo. Azambuja negou, alegando que só pode preencher as vagas determinadas por decreto.

Entre as promessas de campanha Azambuja também deixou para trás as ouvidorias da comunidade, onde a população escolheria ouvidores para encaminhar demandas, reclamações e sugestões. 

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