Reinaldo fará vistoria das obras e anunciará medidas ao empreendimento

O governador Reinaldo Azambuja fará uma vistoria às obras do Aquário do Pantanal, às 9h30 de segunda-feira (6), quando deverá anunciar medidas administrativas relativas ao empreendimento, que está sendo edificado no Parque das Nações Indígenas.

Investigação

Reinaldo quer investigar detalhe por detalhe do Aquário do Pantanal, obra que André Puccinelli (PMDB) denomina como “emblemática”, mas que acabou sendo a maior dor de cabeça de sua gestão.

Preocupado com as dúvidas em relação ao valor total da obra e com as várias denúncias de desperdício e até de irregularidades, Reinaldo já tinha avisado que faria auditoria antes de aplicar qualquer recurso. Agora, ele confirmou que contratará uma avaliação externa para detalhar a obra.

“Não vamos investir recursos sem que me dê segurança jurídica de que o que foi feito até agora está bem feito, com padrão de engenharia, segurança de estruturas, segurança no que tiver para fazer, e se realmente os valores depositados darão pra concluir. Precisamos ver quem (empresa de auditoria) tem know how para dar segurança jurídica. Deve ser feito mesmo por uma auditoria externa”, justificou.

O novo governador ressalta que o fato de ter dinheiro reservado não significa que o governo terá de concluir, de imediato, o projeto. “Não é porque ficou dinheiro que somos obrigados a gastar. Vamos gastar com segurança jurídica para o Estado. Até porque esta é uma obra que começou avaliada em R$ 87 milhões e, pelas informações, hoje já passa de R$ 200 milhões. Precisamos de segurança para o Estado. Vamos concluir, mas vou convocar Ministério Público e Tribunal de Contas para fazer junto o acompanhamento da auditoria que vamos contratar”, concluiu.

O caso

O Midiamax conversou com o representante de uma das empreiteiras subcontratadas que está há meses trabalhando no aquário. Em pouco tempo, ele detalhou vários casos de desperdício por conta de erros no projeto. A lista inclui até um aquário inteiro escondido no meio da obra por conta de um erro no projeto.

“Teve um tanque que perderam, isolaram. Fizeram ele e concretaram tudo, mas saiu do projeto. Fizeram errado e ele já estava pronto. Foram oito caminhões ou mais de concreto só com este tanque. Gastou muito concreto com fundação, laje e paredes”, contou.

O funcionário conta que a Egelte, que tomava conta do projeto, cometeu vários erros, a começar pela estrutura do aquário. Segundo denúncia, a empresa fez a estrutura com pilar e arco de concreto, mas teve que derrubar tudo e refazer porque estava errado.

“Estava na metade e mandaram derrubar. Tiveram que fazer tudo de estrutura metálica. Foram várias coisas erradas. Jogavam dois caminhões de massa fora todos os dias. Faziam dois caminhões de massa e não usavam nem a metade de um. Ai jogava tudo fora”, detalhou.

O funcionário relatou erros até no plantio de gramas, que acabou gerando mais despesa desnecessária. “A grama, já estavam plantando tudo até lá embaixo. Mas, não fizeram a drenagem e tiveram de arrancar tudo. É um ganhando dinheiro do outro. Como a máquina arrancou tudo, perdeu a grama e ganharam dinheiro para fazer tudo de novo. Agora arrumou mais R$ 34 milhões”, criticou.

Obra milionária

Previsto para custar R$ 84.749.754,23, o aquário contabiliza inúmeras suplementações que já fazem o preço passar da casa dos R$ 200 milhões, embora Puccinelli viva sustentando que não passa de R$ 155 milhões. Em outubro ele disse ao Midiamax que os R$ 14,9 milhões que a Petrobras está gastando no Aquário do Pantanal, em Campo Grande, não entram na soma de R$ 154 milhões em verbas públicas já consumidas pelo projeto. Com isso, a obra já chegaria a R$ 169 milhões, que somados aos R$ 34 milhões carimbados pela Assembleia, já chega a R$ 203 milhões.