Presidente da CPI das Contas Públicas está preocupado com a situação

O recesso parlamentar que começa no próximo dia 18 na Câmara Municipal pode atrapalhar os trabalhos da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Contas Públicas. Isso porque mesmo a ‘folga’ sendo direcionada apenas ao parlamento, a equipe que atua na Casa de Leis fica reduzida. Além disso, segundo o presidente, vereador Eduardo Romero (PTdoB), a missão de diagnosticar e detectar a raiz do problema da saúde financeira de é mais difícil do que se imagina.

“Mas mesmo no recesso não vamos parar. Nada impede nossa função. Cada vereador tem sua equipe, vamos continuar trabalhando, mas com certeza o ritmo não será acelerado como agora”, disse Romero. A intenção da comissão é conseguir tecer relatório conclusivo dentro do prazo de 90 dias, mas pode ser estendido para 120. Além do auxilio dos assessores parlamentares, a CPI conta com ajuda de empresa especializada em assessoria técnica na área contábil.

Até o momento mais de 200 mil páginas documentais foram enviadas aos legisladores, referentes às Secretarias Municipais, autarquias e fundações. Os vereadores tiveram que separar as informações por categoria e agora se empenham em cruzar dados que contam nos papéis com os que foram colhidos nas oitivas. “Nem sempre bate, mas todas as informações contribuem, mesmo que seja para mostrar o contraditório. Ou confirma o fato (que está no documento) ou conflita o dado”, explicou.

Mas na prática as coisas não são tão fáceis quanto na teoria. Romero explicou que existem muitas “armadilhas” no conteúdo enviado pelo Executivo. “Tem muita coisa duplicada, coisas feitas para dificultar nosso trabalho mesmo”, disse. Além disso, mesmo os depoentes que “agem de boa fé” nem sempre conseguem ajudar. “O tema em si já é denso e ainda há confusão entre orçamento contábil e orçamento financeiro. Existe desentendimento dentro da própria gestão. Mas os secretários até têm boas intenções”, contou.

Depois de tudo registrado e cruzado, a CPI vai separar os fatos por gestões e analisar a convocação do atual prefeito de Campo Grande, Gilmar Olarte (PP), bem como dos ex-chefes do Executivo, Alcides Bernal (PP) e Nelson Trad Filho (PMDB). Os três podem entrar na lista de depoentes porque a investigação sobre a saúde financeira de da Capital abrange de janeiro de 2011 a abril de 2015.