Processo contra Olarte tem depoimentos que evidenciam esquema com cheques

Os depoimentos duraram mais de 10 horas

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Os depoimentos duraram mais de 10 horas

Testemunhas de acusação prestaram depoimentos no TJMS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul) nas oitivas realizada pelo desembargador Luiz Cláudio Bonassini em ação que Gilmar Olarte, Ronan Feitosa e Luiz Márcio Feliciano são réus. Os depoimentos que começaram no período da manhã desta sexta-feira (27) duraram mais de 10 horas.

 Juntos, eles respondem pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Os três são acusados de usarem cheques em branco em golpes. No total, 28 pessoas são esperadas para depoimentos na Justiça. A vice-governadora Rose Modesto, arrolada como testemunha de defesa estava na lista, mas conseguiu adiar o depoimento  para o dia 22 de janeiro de 2016.

Olarte não compareceu, pois a defesa argumentou que as oitivas não terminariam nesta sexta e ele não seria ouvido hoje. Por isso, o advogado disse que não havia necessidade da presença do vice-prefeito afastado, justificativas acatadas pelo desembargador.

O vereador Mario Cesar, o ex-prefeito de Campo Grande Nelsinho Trad, o ex-governador André Puccinelli também arrolados como testemunhas de defesa, foram dispensados pelo desembargador.

Paulo Telles foi o primeiro a depor e disse que não recebeu dinheiro para fazer a denúncia. Telles contou que em 2013, houve troca de aproximadamente 20 talões de cheque pelos réus por troca de favores como nomeações e licitações.

Marly Deborah Pereira, que trabalhou como secretária de Olarte em 2013 depôs posteriormente. Marly contou que o então vice-prefeito sustentava Ronan Feitosa, que foi quem a procurou para mudar o depoimento ao Gaeco.

Marly disse que emprestou os cheques do filho, em troca de um salário de R$ 4 mil, porém levou um “calote” de Olarte e ficou com uma dívida de aproximadamente R$ 30 mil.

Logo depois o prefeito Alcides Bernal falou em juízo e disse que Olarte exigia a nomeação de Ronan. Bernal declarou que conhece Olarte desde 2006, quando assumiu o cargo de vereador, e que ambos mantinham relacionamento de colegas vereadores e, depois, correligionários pelo Partido Progressista.

“Sei que o Ronan era pastor na mesma igreja de Gilmar Olarte e que foi assessor dele enquanto vereador. A contratação de Ronan na Prefeitura foi uma exigência do Olarte, assim como quem assinava a folha de frequência dele era o Gilmar”.

A empresária Anny Cristina Nascimento foi a primeira testemunha de acusação a ser ouvida no período da tarde. Ela já havia prestado depoimento em abril de 2014.

Além de amiga de Marly Débora, Anny conhece Ronan Feitosa há 18 anos e se envolveu na trama dos ‘cheques em branco’ quando percebeu que a colega estava depressiva e começou a questioná-la sobre o motivo da tristeza. Anny disse que foi quem orientou a amiga a procurar a delegacia para registro de boletim de ocorrência, conselho acatado, porém sem surtir efeito.

Posteriormente, o advogado Carlos Lima da Silva revelou ter trocado 11 cheques para, Ronan Feitosa, que juntos somavam R$ 68,5 mil. O depoente contou que conheceu Ronan em abril de 2013 por intermédio de um cliente, foi quando começou realizar espécie de agiotagem: fornecia dinheiro em troca dos cheques, mas acrescentava 1% de juros sob o valor e multa em caso de atraso. “Mas nunca tive participação nos lucros, era só isso”.

Outro que disse que emprestou cheques foi o empresário Mauro Sérgio de Freitas. Ele contou que emprestou cheque de R$ 23 mil ao então assessor direto do pastor, Ronan Feitosa.

Rodrigo Pimentel, ex-secretário municipal de Governo da Capital no mandato de Gilmar Olarte, também arrolado como testemunha, faltou ao depoimento. O desembargador então anunciou condução coercitiva para que Pimentel deponha no dia 22 de janeiro e aplicou multa de meio salário mínimo ao ex-secretário.

No final dos depoimentos, Jeferson Ferreira Vitório contou que os cheques sem fundos geraram R$ 800 mil de prejuízos para quem os emprestou para Gilmar Olarte. Jeferson também disse em depoimento que foi comissionado na Segov (Secretaria de Governo de Campo Grande) quando Olarte era vice-prefeito,

“Pelo que eu vi, estava em R$ 280 mil, só do Fabrício estava em torno de R$ 240 mil, eu já imaginava um prejuízo de R$ 700 a R$ 800 mil, porque tinha mais pessoas que eu soube que também estavam sem receber”.

 

 

 

 

 

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