Pré-candidato, deputado investigado diz que ‘vida das pessoas fala por si’

Parlamentar era secretário na época do ‘caso Gisa’

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Parlamentar era secretário na época do ‘caso Gisa’

O deputado Luiz Henrique Mandetta (DEM) não demonstra preocupação com a investigação que sofre, a pedido do Ministério Público Federal, por conta de desvios para implantação do Gisa, um sistema de marcação de consultas que custou, aproximadamente, R$ 10 milhões, e não funciona em Campo Grande. Indagado pela reportagem se o processo por crime de licitação e tráfico de influência não prejudicaria a pré-candidatura a prefeito em Campo Grande, o parlamentar diz que “a vida das pessoas fala por si”.

Mandetta ainda não se declara pré-candidato a prefeito, mas pontou a história de trabalho e Campo Grande e a boa votação que teve na eleição e reeleição como deputado federal. “Não teria nenhuma dificuldade de ser candidato”, declarou.

O DEM da largada no próximo mês a uma rodada de discussões em bairros de Campo Grande, tendo como temas saúde, educação, transporte e emprego e renda. A partir destes encontros, que acontecerão até fevereiro, o partido segue para escolha de nomes.

Durante evento do diretório o deputado também falou sobre a proibição de doações de empresas para candidaturas. Na avaliação de Mandetta, a mudança não facilita e nem dificulta, visto que serve para todos. Porém, ele demonstra preocupação com possível violação da lei, no chamado “caixa 2”.

Investigação

Depois que o Ministério da Saúde cancelou o convênio com a Prefeitura de Campo Grande e cobrou a devolução do dinheiro investido no Gisa (Gerenciamento de Informações Integradas de Saúde), o MPF (Ministério Público Federal) decidiu apresentar denúncias contra os responsáveis pela elaboração do contrato com a empresa contratada para desenvolver o software, o que foi acatado pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

O ex-prefeito Nelsinho Trad (PMDB), Luiz Henrique Mandetta e mais 24 pessoas, entre servidores públicos municipais, empresários e as empresas contratadas, foram denunciadas em duas ações de improbidade, depois que o MPF encontrou indícios de fraude na implantação do sistema.

Para o Ministério Público, a licitação, que teve a o consórcio Telemidia Technology como vencedora, foi feita para beneficiar empresas que posteriormente financiaram viagens de Mandetta no período pré-eleitoral.  “Curiosamente, a viagem internacional (para Portugal) foi paga com recursos da própria Telemidia, que, pouco tempo depois, nas eleições de 2010, fez doações não declaradas para a campanha de Mandetta à deputado federal”.

Dos quase R$ 10 milhões que foram investidos no Gisa, o Ministério da Saúde exigiu a devolução de tudo o que investiu, inicialmente R$ 8,2 milhões, que corrigidos chegam a R$ 14 milhões, montante que terá que ser pago pela Prefeitura à União.

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