Por parceria, Dilma e Reinaldo falam em colocar rivalidade política ‘de lado’

Dilma trouxe à Campo Grande mulheres de destaque no país, como a ministra Carmem Lúcia e Maria da Penha

O governador Reinaldo Azambuja (PSDB) recebeu a presidente Dilma Rousseff (PT) na visita que a petista fez a Campo Grande na manhã desta terça-feira (3). Depois de uma eleição de ataques entre petistas e tucanos, os dois prometeram uma ‘trégua’ para proteger a mulher da violência doméstica.

“Eu tenho certeza que a presidenta Dilma nunca vai deixar de ser do Partido dos Trabalhadores, assim como o governador Reinaldo Azambuja nunca vai deixar de ser do PSDB, mas juntos Governo Federal e Governo do Estado podem e devem sim construir as parcerias para melhorar a qualidade de vida das pessoas e diminuir as desigualdades”, disse Reinaldo durante a cerimônia de inauguração da Casa da Mulher Brasileira, a primeira a ser lançada no país.

“Cabe a nós que fomos eleitos e somos detentores de mandato, governar para as pessoas. Muitas pessoas não entendem muitas vezes o cenário político e as disputas eleitorais que existem e devem sempre existir porque isso é o oxigênio para a democracia do nosso País, mas nós sabemos que para resolver grande parte dos problemas que as pessoas enfrentam, nós precisamos sim construir as parcerias”, emendou o governador.

Dilma trouxe à Capital Maria da Penha, que se tornou um marco no combate à violência contra mulher, dando inclusive nome à legislação que prevê maior proteção para as vitimas e punição para agressores.

Na Casa, vai funcionar, alem de pontos de apoio de órgãos como Ministério Público, Tribunal de Justiça e Defensoria Pública, a delegacia 24hs de atendimento à mulher.

Governo estadual e federal querem fazer com que Campo Grande, onde um estupro é registrado a cada sete horas, deixe de ser a capital com a maior taxa de atendimento na Central de Atendimento à Mulher, o Disk 180. Dados da Deam (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher) apontam que somente em 2014, foram instaurados mais de 3,2 mil inquéritos de casos de agressão doméstica.

O governo espera atender, entre mulheres e crianças, pelo menos 250 pessoas por dia. O espaço, que será reproduzido em todo o país, custou pouco mais de R$ 18 milhões, com recursos da União, Estado e Município.

Compromisso Social

A parceria proposta pelo governador à presidente, inclui, além de proteção à vitima de violência, políticas sociais de inclusão e capacitação para inserção no mercado de trabalho.

Para isso, o tucano prometeu implementar dois programas, o “Empresa Amiga da Mulher”, um pacote de incentivos fiscais para que elas tenham apoio para não dependerem financeiramente de seus próprios agressores, e o “Aluguel Social”, para dar condição à vitima de se manter com os próprios recursos.