Enquanto líderes expõem crise no partido, Ayache investe em ações individuais

Enquanto lideranças de peso protagonizam embates internos no PT sul-mato-grossense, o presidente da Cassems (Caixa de Assistência dos Servidores de Mato Grosso do Sul), Ricardo Ayache, segue a linha do ‘mineirinho' e tenta costurar, com ações individuais, sua candidatura para prefeito de no ano que vem. Ontem, por exemplo, ele lançou o Instituto Diálogo (Instituto e Laboratório de Elaboração de Políticas Públicas, Cidadania e Desenvolvimento Urbano) para debater questões relacionadas à Capital. O evento contou com mais de 100 pessoas presentes.

Ao mesmo tempo, o deputado federal e ex-governador do Estado, José Orcírio Miranda dos Santos, o Zeca do PT, se envolvia em mais uma polêmica, alfinetando o Senador Delcídio do Amaral e o presidente regional do PT, prefeito de Corumbá Paulo Duarte. O parlamentar acusou a dupla de ser culpada pela desfiliação do ex-prefeito de Corumbá, Ruiter Cunha, que deve migrar ao PSDB na manhã de hoje durante convenção.

O entrevero deixa evidente a existência de rachaduras dentro da sigla em pleno ano pré-eleitoral. Mas há os que fazem dos limões uma limonada, como é o caso de Ayache. “Nossa ideia se tornou realidade, hoje o dia foi marcado pelo nascimento oficial do nosso Instituto Diálogo. Agradeço cada um e cada uma que esteve presente neste momento tão importante para este grupo de pessoas que decidiu fundar este espaço de debate sobre a elaboração de políticas públicas que contribuam para fazer de Campo Grande um lugar ainda melhor para viver”, publicou em sua página oficial no Facebook.

Antes do lançamento, ele esteve em vários programas de rádio e concedeu inúmeras entrevistas para falar sobre o projeto, nunca em tom explicitamente político, mas sempre focando melhorias para a cidade. “Novos desafios, perspectivas e muito debate pela frente sobre o que queremos para a nossa Campo Grande”, discursou.

O presidente da Cassems, desconhecido politicamente até o ano passado, conquistou o segundo lugar no pódio da corrida pelo Senado, ficando atrás apenas da eleita Simone Tebet (PMDB). Se para alguns ter 23,09% dos votos tem gosto amargo, Ayache sentiu sabor de vitória por conseguir ir tão longe em sua primeira empreitada no cenário político. Assim como Zeca e o deputado estadual Pedro Kemp, ele já se colocou à disposição do partido para disputar o próximo pleito.