Bonassini diz que vice-prefeito tenta retardar investigação

O desembargador Luiz Claudio Bonassini da Silva, que concedeu nesta quarta-feira (30) o pedido de prisão do empreiteiro João Amorim, dono da Proteco Construções Ltda., e do vice-prefeito, afastado do cargo de prefeito de , Gilmar Olarte, afirmou na decisão que a medida é necessária para impedir Olarte de tentar retardar o andamento das investigações.

Outra justificativa do desembargador é garantir a segurança física e psicológica das testemunhas. As prisões, segundo Bonassini, devem ser feitas “em observância das formalidades legais, em especial a não utilização de algemas e a mínima exposição pública possível dos investigados”.

Além das prisões, o Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) pediu o afastamento dos 17 vereadores ouvidos e o sigilo das investigações, ambos negados pelo magistrado.

O afastamento foi classificado como “pretensão bombástica” do Ministério Público, que afetaria o andamento dos trabalhos na Câmara “com severo reflexo à comunidade campo-grandense”.

“O que não vislumbro e nem o próprio Ministério Público informa no pedido é de que forma o afastamento dos investigados irá contribuir ou possibilitar a produção desta prova (venda de votos)”, diz a decisão. Também não há, segundo o desembargador, indício de fuga dos vereadores.

Sobre o sigilo, Bonassini destaca que as informações sobre o processo já são de conhecimento público e que eram divulgados antes mesmo do conhecimento do próprio desembargador, com vazamento, “ao que tudo indica, através do próprio Ministério Público”.

Também foram negados os pedidos de vistas ao processo pelo empresário e prefeito afastado. A decisão mostra, ainda, trechos das oitivas do Gaeco, com revelações sobre um escritório de contabilidade que administraria o dinheiro arrecadado em cheques por Ronan Feitosa, entrega do celular de Olarte sem chip e bloqueado.