Olarte completa um ano na Prefeitura com mesmos problemas de Bernal
Prefeito enfrenta crise com artistas, processo do Gaeco e ameaça de CPI
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Prefeito enfrenta crise com artistas, processo do Gaeco e ameaça de CPI
O prefeito de Campo Grande, Gilmar Olarte (PP), completa neste mês um ano de gestão. A administração, que começou amparada por 23 dos 29 vereadores, enfrenta insatisfação de vários vereadores e da população, que começa a se manifestar de maneira mais enfática.
Perto de completar um ano de gestão, o prefeito que começou com todo gás, prometendo mudanças em relação ao anterior, Alcides Bernal (PP), sofre com problemas administrativos, corre de entrevistas e, tal como o antecessor, reclama da herança recebida.
O inferno astral de Olarte ganhou mais força nesta semana, com protestos de artistas que não recebem cachê e cobram o investimento de R$ 4 milhões prometidos pela Prefeitura. O prefeito não pagou o prometido e avisou ontem, após fugir de reunião com a categoria, no início da tarde, que não terá dinheiro para pagar.
Revoltados, artistas prometem várias manifestações contra o prefeito e vereadores, que também entram na confusão, visto que são taxados como responsáveis por Olarte, por terem cassado o mandato de Alcides Bernal.
Soma-se aos problemas do prefeito uma denúncia do Gaeco, onde pode responder por corrupção passiva e lavagem de dinheiro; é pressionado por denúncia de tapa-buraco fantasma, onde pode responder a uma Comissão Parlamentar de Inquérito; por obras paradas (conselheiros ameaçam reclamar em Brasília); não tem nem partido para concorrer à reeleição (foi expulso do PP) e tem dificuldade para controlar vereadores, que não querem pagar o preço pelos erros administrativos.
Crise
A reunião de ontem (5) com artistas externou a grave crise que a prefeitura enfrenta. Os secretários de Finanças e Planejamento, André Scaff, de Obras, Valtemir Brito, e de governo, Rodrigo Pimentel, foram duramente criticados pelos artistas, que contestaram a crise alegada.
Para os secretários, a crise financeira, de herança deixada por Bernal, bem como queda na arrecadação, prejudicou a cidade, que agora enfrenta dificuldade para cumprir alguns compromissos. A justificativa não foi aceita pelos artistas, que contestaram os mais de 1.300 cargos dados por Olarte a comissionados. Eles afirmam que o discurso de dificuldade é derrubado pelas contratações diárias de servidores, anunciadas em Diário Oficial.
A vereadora Carla Stephanini (PMDB), que começou a gestão como base de Olarte, avalia que a reação administrativa que se esperava não aconteceu como a cidade necessita. Ela pondera que não se refere a novos investimentos, mas a minimamente manter a conservação da cidade e andamento daquilo que já vinha em curso. “Acho que efetivamente ainda há muito o que se fazer”, avaliou.
A vereadora entende que uma soma de fatores levou a esta atuação regular, entre elas as escolhas e decisões pessoais. “Na realidade acho que a análise é dele. Tem que ver as decisões, talvez equivocadas, e escolhas que não foram dentro do que Campo Grande precisava. Ele tem que fazer a análise para ver o que se dispõe a reorganizar e melhorar. Campo Grande ainda não se reencontrou no caminho que vinha trilhando, não se reencontrou. Pode observar que na própria Câmara não tem uma tranquilidade, um entrosamento. Não construiu plenamente entrosamento”, analisou.
O vereador Carlão (PSB), que também é da base, classifica a gestão de Olarte como regular, ressaltando que foi melhor do que o período que Alcides Bernal ficou no comando. Porém, salienta que ser melhor do que Bernal não quer dizer muita coisa.
“Foi um pouquinho melhor que o Bernal, mas deixou a desejar muita coisa. A expectativa era para melhor. Não chegou a 70% do que achei que poderia acontecer. Qualquer um seria melhor que o Bernal, que vivia só brigando. É muita coisa travada. Fala que o recurso está travado, que quer diminuir despesa. Mas, tem morte no terminal, má segurança nas escolas, a cidade ainda está suja, tapa-buraco fantasma, não cumprimento do 1% da cultura”, detalhou.
Embora digam que são da base, vereadores já começam a sangrar o prefeito. Durante sessões comunitárias eles fazem questão de dizer que é de Olarte a culpa pelos problemas e não dos vereadores, que apresentam indicações e não são ouvidos.
Preocupados com a eleição do ano que vem, vereadores já não vêm vantagem em defender Olarte. Assim, quem tem cargo tenta se manter na medida do possível na base. Já os que não receberam grande coisa da gestão, preferem se declarar independentes, deixando o prefeito em situação pouco favorável.
“Se continuar com este ritmo que está aí, vai ter dificuldade não só para ele. Não existe prefeito ruim e Câmara boa. O reflexo dos maus resultados do Executivo recaem sobre a Câmara. O povo não entende o que é legislar. Acha que vereador tem poder de executar”, finalizou.
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