‘Vamos analisar tudo', disse deputado sobre documentos

O deputado estadual Paulo Corrêa (PR) disse ter recebido da (Agência Nacional de Energia Elétrica) a informação de que não há políticos citados no suposto mensalão distribuído pela Enersul. O parlamentar também apresentou uma lista com oito nomes de beneficiários de gratificações que teriam sido feitas de forma indevida.

Segundo Corrêa, que é presidente da CPI da Enersul/, os citados na lista eram funcionários da Enersul, do Grupo Rede, então controlador da empresa, ou de terceirizadas. Ele esteve na quarta-feira (22) reunido com o diretor-presidente da Aneel, Romeu Rufino.

“Como estamos aqui para desconfiar, vamos analisar tudo”, disse Corrêa. O relator da CPI, Beto Pereira (PDT), diz que é preciso analisar toda a documentação recebida da Aneel antes de saber quantos seriam os beneficiários das gratificações suspeitas.

Ainda conforme o pedetista, os pagamentos teriam sido feitos de forma indevida por não terem sido aprovados pelo conselho deliberativo da empresa. O relatório de auditoria entregue pela Aneel aos deputados da CPI tem 150 páginas.

Corrêa também comentou que, na Aneel, os parlamentares receberam a informação de que foi identificada má gestão na Enersul. Não há, no entanto, comprovação de que isso tenha impactado no preço da tarifa de energia elétrica em Mato Grosso do Sul.

Na lista mostrada na sessão desta quinta na Assembleia Legislativa estão o dono do Grupo Rede, Jorge Queiroz de Moraes Junior, e a mulher dele, Carmem Campos Pereira, diretora da companhia. O pagamento de gratificações suspeitas na Enersul, ao longo dos anos, teria causado um desfalque da ordem de R$ 185 milhões.

Os outros citados na lista dos oito divulgadas nesta quinta são: Sidney Simonaggio, vice-presidente de operações da Eletropaulo; Cyro Vicente Boccuzzi, ex-vice-presidente da Eletropaulo; Edmir José Bosso, ex-diretor operacional na Enersul; Valdir Jonas Wolf; Carlos Alberto de Oliveira e Lucas Leandro Muller, também ex-diretores de empresas do Grupo Rede.

Conforme revelado pelos parlamentares, tanto Jorge Queiroz, quanto Carmem e os demais receberam valores que variam de R$ 2,6 mil a quase R$ 300 mil a título de gratificações. Sem, no entanto, que tais benefícios fossem aprovados pelo conselho deliberativo da companhia.