Para falar com advogado, vice cobriu o rosto, mas não evitou vaia

O vice-prefeito afastado do cargo de prefeito de , Gilmar Olarte (PP), segue preso desde a noite de sexta-feira (2) na Companhia de Guarda e Escolta da Polícia Militar, que fica ao lado do Estabelecimento Penal de Segurança Máxima, no Jardim Noroeste. Ele chegou ao local no começo da noite e, conforme fontes policiais, não possui regalia em relação aos outros presos no local, permanecendo isolado

Conforme as mesmas fontes, Olarte tem direito, apenas, a duas horas de banho de sol, uma pela manhã e outra à tarde. Na noite de sexta, o vice-prefeito foi recebido pelo coronel PM Longato, comandante da Companhia de Guarda e Escolta, e pelo major PM Oliveira, subcomandante da unidade. Segundo este, ele não possui direito a visita, pois está em regime probatório, que é um período de adaptação.

Por ser um preso famoso e sábado e domingo serem dias de visita, a direção da companhia optou por alterar horário do banho se sol de Olarte neste fim de semana, para que ele não seja visto por familiares de outros presos. Neste sábado (3), o pastor tomou primeiro banho de sol antes das 8 horas, e deverá sair novamente da cela depois das 17 horas, quando termina horário de visita.

Segundo major Oliveira, o vice-prefeito receberá três refeições diárias. Café da manhã, às 6 horas, almoço, entre 11 e 12 horas, e jantar às 18 horas.

A cela onde o prefeito afastado está detido, tem 8 metros quadrados, um beliche, uma pequena janela, um ventilador, uma bíliba e um violão, que foram entregues na noite desta sexta-feira (2) pelo advogado de Olarte, Jail Azambuja.

Vaias

Embora a direção da Companhia de Escolta tenha feito esforço para evitar que Olarte fosse visto por familiares de outros presos, ele ouviu coro de vaias ao passar pelo pátio do complexo em direção à ala onde ficam detidos oficiais. Isso porque foi necessário que ele fosse até outro anexo para conversar com o advogado, que esteve no local.

Olarte usava uma jaqueta preta para cobrir cabeça, enquanto caminhava pelo pátio em direção ao encontro do advogado. Até o fechamento deste texto, ambos estavam reunidos.

Coffee Break

Olarte é Investigado pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) na Operação Coffee Break, por envolvimento em esquema de compra de votos para cassar o prefeito, Alcides Bernal (PP), em março de 2014. Outro preso em decorrência das investigações, o empresário João Amorim conseguiu habeas corpus e saiu da prisão na noite de sexta, cerca de 24 horas depois de se apresentar no Garras, em Campo Grande.

A defesa de Olarte impetrou na quinta-feira (1º) pedido de habeas corpus no Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul, mas o desembargador Fernando Mauro Moreira Marinho remeteu o pedido ao STJ (Superior Tribunal de Justiça). Nesta corte, no entanto, ainda não consta o recurso – o advogado do vice-prefeito não atendeu as ligações, na manhã deste sábado. 

*Editada às 11h28 para acréscimo de informações