Vereadores defendem cargos e se alfinetam com colegas

A cada dia que passa a Câmara de se torna mais imprevisível. Nem as lideranças do prefeito Gilmar Olarte (PP) conseguem definir quantos são os integrantes da base e esta conta fica cada vez mais difícil diante dos interesses pessoais de cada vereador.

Nesta semana alguns discursos destacaram esta divisão, como a polêmica envolvendo doação de casas pela Agência Municipal de Habitação. O vereador Chiquinho Telles (PSD) levou à tribuna a preocupação com a distribuição de moradias, atentando para o descrédito enfrentado pela agência por conta dos problemas.

Chiquinho levou o assunto a Casa após acompanhar a invasão de residências na Moreninha II. Ele não chegou a defender a invasão, mas atentou para o erro dos responsáveis, que deixam imóveis fechados, mesmo com gente precisando de um teto.

Com cargos na Agência de Habitação, Delei Pinheiro (PSD) defendeu a prefeitura, dizendo que a distribuição é finalizada pela Caixa Econômica Federal e que as residências estão vazias por falta de documentação. A alegação não foi bem aceita por Chiquinho, que avaliou a resposta como “conversa para boi dormir”. Delei rebateu, dizendo que muitos criticam sem saber o que de fato acontece na distribuição.

A discussão entre os colegas de partido foi apimentada, mas eles não foram os únicos que andaram por lados opostos. O PMDB também demonstrou que já não tem a mesma sintonia. Durante votação de veto na Câmara, o líder do prefeito, Edil Albuquerque (PMDB), pediu para a base manter o veto a um projeto, mas não teve sucesso.

Magali Picarelli (PMDB) e Vanderlei Cabeludo  (PMDB) não caminharam com Edil e votaram a favor da derrubada do veto. Edil só teve o apoio de Dr. Loester (PMDB), mas também por interesses pessoais. O vereador é suplente de Dr. Jamal (PR) e só chegou ao cargo porque o prefeito convidou o colega para assumir a Secretaria de Saúde.

A própria indicação de Edil como líder do prefeito partiu de indicação pessoal. O vereador não consultou o partido antes de assumir o posto e ainda confessou que só aceitou para viabilizar a instalação de várias empresas em Campo Grande, por meio do Prodes.