Fracasso de vereadores e contratos milionários impedem nova CPI na Câmara
Vereadores tentam impedir investigação aprofundada sobre contratos milionários
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Vereadores tentam impedir investigação aprofundada sobre contratos milionários
Os vereadores, principalmente ligados ao atual prefeito, Gilmar Olarte (PP) e ao grupo do PMDB, dos ex-prefeitos André Puccinelli e Nelsinho Trad, não estão interessados em abrir nova CPI na Câmara, desta vez para investigar o serviço de tapa-buraco em Campo Grande.
Nem o vídeo, onde funcionário de empreiteira estaria tapando buraco onde não existe, ou o fato da prefeitura admitir que não há fiscais durante realização do serviço, está sendo suficiente para convencer vereadores de que é preciso investigação.
Quem é contra alega que é preciso esgotar todas as possibilidades antes de se falar em CPI. É o que pensa, por exemplo, o vereador Paulo Siufi (PMDB). Ele alega que abrir CPI a todo momento acaba banalizando o trabalho, caindo no descrédito de dizer que o trabalho vai acabar em pizza.
O peemedebista ressalta que a única CPI que deu certo na Câmara foi a do Calote, porque teve embasamento. Siufi de fato tem razão, se analisar que a CPI do Calote cumpriu o dever inicial, de derrubar o prefeito Alcides Bernal (PP). Ele só esquece de mencionar o motivo principal do fracasso da CPI do Câncer e da Homex, que é o fato das duas terem sido mais brandas porque envolviam diretamente a gestão de Nelsinho Trad.
A CPI do Câncer, por exemplo, tinha como motivo inicial a proposta da vereadora Luiza Ribeiro (PPS), de investigar todo atendimento na Saúde de Campo Grande, mas não emplacou. Os vereadores acharam melhor focar só no desmonte da oncologia, que já estava sendo investigado pelo Ministério Público Estadual (MPE) e Ministério Público Federal (MPF).
No caso da Homex, que trouxe prejuízo a várias pessoas que investiram na casa própria, os vereadores preferiram focar na empresa que deu o calote e em nenhum momento chegaram a convocar ou responsabilizar a gestão de Nelsinho, responsável por apadrinhar a vinda da empresa.
Na época, para convencer os vereadores a aprovar parceria com a Homex, Nelsinho disse que eles não queriam o contrato porque estavam interessados em fazer barganha em troca de apoio. Os vereadores sentiram-se ofendidos, mas muitos dos que foram acusados acabaram por defender o ex-prefeito anos depois, quando apresentaram um relatório bem fraco para o tamanho de uma CPI. Diante das precauções, as CPI’s acabaram sem grandes punições.
O fracasso nas CPI’s, provocados por interesses partidários, também esbarra na própria CPI que Siufi cita como sucesso. Isso porque os vereadores sentem-se responsáveis por Olarte, visto que cassaram Bernal. Eles temem que o fracasso do novo prefeito possa influenciar negativamente na reeleição deles, que acontece já no próximo ano.
Negócio milionário
A nova CPI também tem como impedimento o fato das gestões de Nelsinho Trad, André Puccinelli e agora de Gilmar Olarte terem contratos milionários com empreiteiras que há anos realizam o serviço em Campo Grande. Elas continuam recebendo aditivo mesmo diante de protesto contra o valor que é gasto com o tapa-buraco na cidade.
O empresário João Amorin, por exemplo, tem duas empresas responsáveis por tapa-buraco, a Proteco e LD Construções. Em seis contratos só na gestão de Nelsinho, as empresas abocanharam pelo menos R$ 18,7 milhões sóo serviço de tapa-buraco. Mas, como cada contrato pode ser aditivado em até 25%, esses valores podem ultrapassar R$ 23,3 milhões.
Uma prova dos contratos que são renovados mesmo com a troca de prefeito é o firmado em 2010 com a LD, de propriedade de Luciano Dolzan, genro de Amorim. Este contrato já recebeu pelo menos sete aditivos, sendo o último de 1º de outubro de 2014, já na gestão de Gilmar Olarte (PP), quando foi prorrogado até outubro de 2015. Só com este contrato a LD vai receber mais de R$ 15 milhões pelos serviços prestados.
Curiosamente, Renilda Ota Miyasato, a ex-funcionário de confiança de Amorin foi nomeada na prefeitura na gestão de Olarte para ocupar o cargo de ‘diretora de gestão de contratos da Seintrha (Secretaria Municipal de Infraestrutura, Transporte e Habitação)’. Porém, quando a reportagem tentou entrevistá-la, ela alegou que não estava autorizada a falar sobre as nomeações.
Com tantos contratos, o empresário João Amorin chegou a ser denunciado ao MPE (Ministério Público Estadual), acusado de liderar um ‘clube de empreiteiras’ que teria ‘abocanhando’ pelo menos R$ 450 milhões em contratos em Mato Grosso do Sul, mas até agora não há ninguém punido.
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