Ex-vereadores que viraram deputados não foram chamados para depor

Parlamentares dizem não temer investigação

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Parlamentares dizem não temer investigação

Os agora ex-vereadores Elizeu Dionizio (SD) e Grazielle Machado (PR) não demonstram preocupação com a possibilidade de serem convocados para depor no Gaeco para prestar esclarecimento sobre a Operação Coffee Break, que apura possível esquema de troca de dinheiro e promessa de cargos para a cassação de Alcides Bernal (PP).

Os nomes dos deputados (Elizeu é deputado federal e Grazielle deputada estadual no momento) e da vice-governadora Rose Modesto (PSDB) são lembrados porque eles eram vereadores no período e votaram a favor da cassação, mas ainda não foram convocados para prestar esclarecimentos. Alguns vereadores não se expõem, mas cobram nos bastidores o motivo  de eles não terem sido chamados até o momento e de a imprensa não cobrar a oitiva.

O promotor Marcos Alex Vera garantiu que todos os citados em escutas serão chamados e os deputados afirmam que não estão preocupados com o desfecho da operação. “Cumpri meu dever no Legislativo enquanto estive na Câmara, produzindo relatório que o Ministério Público Federal apresentou denúncia e Ministério Público Estadual também. Nossa função foi cumprida. Estou tranquilo quanto a isso”, garantiu Elizeu Dionizio.

A deputada Grazielle Machado também não demonstra preocupação e reafirma que cassou o prefeito baseada em critérios técnicos. “Minha participação foi muito técnica. Nos primeiros dias do mandato já recebi uma notificação do Ministério Público Estadual para responder denúncia de irregularidade na suplementação e no remanejamento. O prefeito mandou dois orçamentos para a Câmara. Um para mim e outro para os demais vereadores. Foram inúmeras apurações técnicas. Não fui chamada porque meu voto era certo desde o início. Todo mundo sabia”, afirmou.

Grazielle afirma que não participou de conversas com Gilmar Olarte (PP) e nem de negociação sobre cargos. “meu voto era certo. Então, isso era fato. Ninguém conversava comigo sobre ir para lá ou para cá (contra ou a favor da cassação). Minha relação com o Olarte sempre foi de troca de oi. Até evitava conversa para não dar conotação política”, concluiu.

O vereador Dr. Jamal, do mesmo partido de Grazielle, é um dos investigados na operação. Diferentemente da vereadora, ele ganhou cargo com a queda de Bernal, assumindo a Secretaria de Saúde na gestão de Olarte. Todavia, garante que não fez troca de cargos. “Também tinha sido chamado pelo Bernal”, garantiu.

A equipe de reportagem tentou conversar com a agora vice-governadora, Rose Modesto, sobre possível convocação, mas ela prometeu falar ao final de um evento na Polícia Militar e saiu com Reinaldo Azambuja (PSDB), sem dar entrevista.

O Ministério Público Estadual ainda não terminou as oitivas e novos vereadores estão na lista, embora os nomes não tenham sido divulgados. O vereador Vanderlei Cabeludo (PMDB) é um dos ouvidos nesta tarde.

O Gaeco deixará o depoimento do vice-prefeito Gilmar Olarte para o final. Até o momento foram ouvidos: Mario Cesar, Paulo Siufi (PMDB), Edil Albuquerque (PMDB), Airton Saraiva (DEM), Carlão (PSB), Chocolate (PP), Edson Shimabukuro (PTB), Dr. Jamal (PR), Gilmar da Cruz (PRB), Eduardo Romero (PTdoB), Otávio Trad (PTdoB), Flávio César (PTdoB), Alceu Bueno, João Baird, João Amorim e Fábio Portela. Os 17 tiveram os celulares apreendidos pelos investigadores. Também foram ouvidos os vereadores Airton do PT e Paulo Pedra (PDT) e o deputado Cabo Almi (PT).

 

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