Enquanto investigava Olarte, Gaeco flagrou encontro com vereadores

Antes de cassação de Bernal, bancada do PTdoB se reuniu com Gilmar Olarte para discutir possível mandato do então vice

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Antes de cassação de Bernal, bancada do PTdoB se reuniu com Gilmar Olarte para discutir possível mandato do então vice

Durante a operação Adna do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) que investigava o então vice-prefeito Gilmar Olarte (PP), em 2013, toda a bancada da PTdoB da Câmara da Capital foi flagrada em um encontro com o progressista, motivo pelo qual foram convocados a depor.

Os três parlamentares, Flávio Cesar, Otávio Trad e Eduardo Romero, e o presidente regional da legenda, Morivaldo Firmino, compareceram, em abril de 2014, ao Ministério Público para deporem na condição de testemunha do processo de investigação.

À época em que foram intimados, um mês após a chegada de Olarte à Prefeitura de Campo Grande, o trio fez questão de ressaltar que foram convocados como ‘testemunhas’ e não como ‘investigados’.

O encontro, segundo as investigações, aconteceu no apartamento do vereador Flávio Cesar, e todos os parlamentares ouvidos negaram que a pauta do encontro tenha sido votos pela cassação de Alcides Bernal (PP) em troca de cargos na prefeitura.

Os vereadores alegaram ao Gaeco que apenas ‘discutiram a participação do partido em um possível mandato de Gilmar Olarte’, e usaram como justificativa o fato de, até aquele momento, o PTdoB não ter indicado nenhum secretário à prefeitura.

Coincidentemente, o encontro aconteceu na casa do vereador Flávio Cesar, o mesmo que assumiu a relatoria da comissão processante, aberta em outubro de 2013 para analisar a cassação do então prefeito Alcides Bernal (PP), que teve ainda como presidente Edil Albuquerque (PMDB), ex-vice-prefeito da gestão de Nelsinho Trad (PMDB) e Alceu Bueno (PSL). Chocolate (PP) e João Rocha (PSDB) chegaram a ser sorteados, mas por serem da base de Bernal recusaram a indicação.

O trio evitou contar detalhes sobre a intimação na época do depoimento, alegando que, naquele momento, o processo corria sob segredo de justiça. Ao Jornal Midiamax, Flavio e Eduardo alegaram, logo após serem ouvidos pelo Gaeco, estavam tranqüilos, porém ‘desconfortáveis’ com a ação. 

O Processo

Gilmar Olarte, Ronan Edson Feitosa de Lima e Luiz Márcio Feliciano foram denunciado pelo Gaeco à justiça por um suposto esquema de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. O TJMS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul) ainda não decidiu se acata a denúncia do Ministério Público, o que transformaria o prefeito em réu. Outras cinco pessoas, entre elas o secretário municipal de governo, Rodrigo Pimentel, também foram denunciados por ‘delitos de menor potencial ofensivo’.

Durante as investigações os agentes descobriram que Ronan teria levantado, em nome de Olarte, junto a empresários e agiotas, cerca de R$ 900 mil para, inicialmente, quitar dívidas de campanha oriundas do pleito de 2012. O pagamento da quantia seria feita com cargos e vantagens na Prefeitura de Campo Grande, tão logo Alcides Bernal (PP) fosse cassado e Gilmar o substituísse no comando do Executivo Municipal. 

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