Enquanto aliados estão presos, Puccinelli curte sábado de ‘vovotorista’

Ex-governador postou foto na rede social

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Ex-governador postou foto na rede social

O ex-governador André Puccinelli (PMDB) não convocou nenhuma entrevista coletiva para falar da prisão de nove nomes atuantes na gestão dele no Governo de Mato Grosso do Sul. Quando a Operação Lama Asfáltica estourou, ele disse que aguardaria as investigações, e não parece tão preocupado.

Hoje pela manhã o governador usou a rede social para falar sobre um passeio com a esposa e netos. Dirigindo o próprio carro, o governador aparece em situação bem diferente dos ex-aliados, que devem passar pelo menos quatro dias na prisão.

“Beth e o vovorista aqui prontos para passear com os netos! Bom fim de semana a todos!”, publicou. A postagem ganhou vários cumprimentos, com direito a elogio pelo uso de carro popular. “Ate hj anda de carro popular. Isso que axo legal. Parabens ANDREZAO. Vc é fo…(SIC)”, postou um seguidor.

Puccinelli é um dos investigados na Operação Lama Asfáltica, que apura possível desvio milionário na gestão dele no Governo do Estado. A investigação levou nove protagonistas do governo dele para a cadeia, incluindo o amigo desde 1996, ex-deputado e secretário de Obras de Puccinelli, Edson Giroto.

O juiz Carlos Alberto Garcete prorrogou ontem a prisão de Giroto, Elza Cristina Araújo dos Santos, João Alberto Krampe Amorim dos Santos, Maria Wilma Casanova Rosa (ex-adjunta da secretaria de Obras de Puccinelli), Maxwell Thomé Gomez, Rômulo Tadeu Menossi, Wilson Cabral Tavares (ex-secretário de Obras) e Wilson Roberto Mariano de Oliveira. Eles já estavam presos e continuaram nas celas. Átila Garcia Gomes Tiago de Souza foi o único que escapou da nova prisão.

Negado

O ex-governador André Puccinelli (PMDB) está entre os oito citados pela Polícia Federal como integrantes de uma organização criminosa comandada pelo empreiteiro João Amorim. O governador, descrito como “muito cauteloso ao telefone”, estava na lista dos que o delegado Marcos André Araújo Damato considerou que precisariam ser presos temporariamente, mas acabou escapando, quando a operação foi deflagrada.

O juiz ressaltou que Puccinelli foi citado por duas interceptações onde o secretário adjunto da Fazenda, André Luiz Cance, falava sobre a “alvorada e alvorecer”, que seria,segundo a Polícia Federal, referente a contrato com a Gráfica Alvorada, firmado no final da gestão dele; por viagens no avião de Amorim e por doações de campanha, mas não autorizou a prisão, nem a apreensão de documentos na residência.  “Os indícios não são suficientes para busca e apreensão”, alegou o juiz.

No inquérito, o governador é citado como cauteloso por ter evitado contato com João Amorim, embora, segundo a polícia, tenham sido obtidos elementos que, ao ver deles, demonstram que ele recebeu propina da Gráfica Alvorada, em situação envolvendo a Organização Criminosa de João Amorim.

 

 

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