Presidente afirmou, em Paris, não temer delação premiada
A presidente Dilma Roussef esperou seis dias e preferiu fazer fora do País um comentário sobre a prisão do senador Delcídio do Amaral (PT/MS), na quarta-feira passada. Em Paris, onde está para o encontro de líderes mundiais que discute propostas para o clima no mundo, Dilma afirmou ter ficado “perplexa” com a ida do companheiro de partido para a prisão, em entrevista ao Jornal Folha de S.Paulo. Delcídio foi preso acusado de tentar obstruir as investigações da Operação Lava Jato, que apura corrupção
“Fiquei perplexa, extremamente perplexa. Eu não esperava que isso acontecesse, ninguém esperava”, declarou ao jornal. Na mesma entrevista, ela afirmou que não tem medo que o senador faça delação premiada, como vem sendo cogitado.
Rumos relacionados a uma eventual delação dizem que ela só interessa aos responsáveis pela investigação se Delcídio do Amaral tiver informações que comprometam mais do que os diretores da Petrobras, ou seja, o alto escalão do Governo Federal.
A presidente também rechaçou a afirmação atribuída ao depoimento de Delcídio do Amaral à Polícia Federal, segundo a qual ela indicou Nestor Cerveró, ex-diretor da estatal, e até teria consultado o senador a respeito. Dilma, conforme a Folha de S.Paulo, disse que o senador se equivocou em sua afirmação.
Cerveró, segundo a imprensa nacional tem divulgado, foi nomeado no mandato de Luiz Inácio Lula da Silva, quando Dilma era ministra das Minas e Energia. O ex-diretor está preso e as investigações que levaram Delcídio à prisão apontam que o senador petista ofereceu ajuda para que o Cerveró fugisse do Brasil e evitasse uma delação premiada, que acabou se concretizando.
Ainda conforme a Folha de S.Paulo, a presidente Dilma disse não ter relações com o banqueiro André Esteves, do BTG Pactual, que também está preso. “Conheço muito pouco”, declarou.
