Diante de ‘crise antiga’, até aliados apertam prefeito e pedem providências

Vereadores pedem soluções para problemas financeiros da Prefeitura

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Vereadores pedem soluções para problemas financeiros da Prefeitura

Na reunião em que o prefeito de Campo Grande, Alcides Bernal (PP), apresentou a vereadores números sobre a situação financeira da Prefeitura, a linha dos parlamentares foi de cobrar soluções diante de um cenário já conhecido. Até a base aliada resolveu engrossar o coro dos que pedem atitudes para contornar os problemas.

Thais Helena (PT), por exemplo, questionou Bernal sobre quais medidas serão tomadas, se há planejamento para melhorar a arrecadação da Prefeitura. Ela, Alex (PT) e Luiza Ribeiro (PPS) defenderam que o contrato de concessão para coleta de lixo seja revisto, auditado ou até encerrado – o serviço está paralisado desde a semana passada porque a concessionária alega estar com repasses atrasados.

Para Alex, além do contrato do lixo, é preciso que a Prefeitura corte gratificações pagas a servidores – como parte do balanço, foram mostrados números apontando aumento de até 443% nos custos de alguns desses benefícios. O município também pode rever contratos de aluguéis, defendeu o petista.

Coincidência ou não, a postura dos petistas vem dois dias depois de o diretório local declarar oficialmente que ficará fora da gestão de Bernal, além de declarar independência da bancada. Na primeira fase da gestão do pepista, o partido havia indicado chefes para as secretarias de obras (Seintrha) e de Assistência Social (SAS).

Fora o pessoal da oposição, as cobranças também partiram de quem se diz neutro e, obviamente, da oposição. Na visão de Carla Stephanini (PMDB), que durante a gestão de Gilmar Olarte (PP) – março de 2014 a agosto de 2015 – colocou-se em situação de neutralidade, a Prefeitura demorou a reagir contra a redução nos repasses de ICMS, por exemplo.

Segundo a peemedebista, os números ruins da saúde financeira de Campo Grande são conhecidos. Agora, diz ela, é preciso saber o que fazer para sanear as finanças.

Já Edil Albuquerque (PMDB), que foi líder de Olarte na casa, cobrou sobre os pagamentos de direitos trabalhistas e rescisões de exonerados após a volta de Bernal. E criticou o que chamou de “construir política sobre números ruins”, defendendo a apresentação de soluções.

Nesta hora, o secretário municipal de Governo, Paulo Pedra, vereador eleito pelo PDT, pediu a palavra para contestar o peemedebista. Disse que o colega cobrava atos a uma administração com apenas 13 dias úteis: “mas, pode ter certeza de que daremos todas as respostas que a gestão anterior não dava, não vai ter funcionário fantasma e nenhuma secretária de secretário ganhando R$ 20 mil”, finalizou o pedetista.

O teor da conversa levou o presidente da Câmara, Flávio César (PTdoB), a interromper a reunião. Avisou que não era o objetivo do encontro promover “este tipo de debate”.

Bernal concordou que os números da Prefeitura, no vermelho, não são novidade. Disse que não vai “tirar dinheiro de onde não tem”, prometeu não se aliar a grupos de empresários e focar na manutenção de serviços essenciais. “O caos está instalado, a crise é muito grande”, disse o prefeito, prometendo ainda cortar despesas de custeio e com a folha dos servidores.

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