Depois de blindar Olarte, vereadores falam em abrir ‘CPI da Mirim’

Aliados do prefeito querem investigar gestão anterior

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Aliados do prefeito querem investigar gestão anterior

A proposta de abertura de uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) para investigar supostas irregularidades no Instituto Mirim dominam as discussões na sessão desta terça-feira (31) na Câmara Municipal de Campo Grande. Situação e oposição divergem sobre a ideia, já que a casa negou abrir outras três investigações sobre denúncias contra a atual administração do Município.

“Estão destruindo a Mirim dia após dia”, disse Vanderlei Cabeludo (PMDB) no microfone da casa. Aliados do atual prefeito, Gilmar Olarte (PP), jogam a culpa para o antecessor, Alcides Bernal (PP), enquanto opositores lembram que a transferência do patrimônio do instituto para a esfera não-governamental foi feita no fim da gestão de Nelsinho Trad (PMDB).

Segundo Airton Saraiva (DEM), “o pessoal do Bernal assumiu a Mirim para saquear”. Ele citou R$ 900 mil destinados a uma reforma “que não se viu lá” e atacou o ex-prefeito: “tem que investigar os desmandos daquele louco, que ainda tem quem defenda nesta casa”.

Quem saiu em defesa de Bernal foi Paulo Pedra (PDT). “Quem desconectou a Mirim da Prefeitura foi o Nelsinho”, refrescou o pedetista a memória dos colegas.

O vereador ainda questionou critérios da Câmara para avaliar a abertura de CPIs. Disse que as suspeitas de desvios de dinheiro público sobre ações de tapa-buraco envolvem cifras muito maiores se comparados aos repasses ao Instituto Mirim: “não pode ter dois pesos e duas medidas”, emendou, ainda referindo-se sobre o fato de Olarte usar o jatinho de um empreiteiro para viajar.

Cabeludo e Saraiva disseram já ter as assinaturas necessárias para pedir a abertura da CPI da Mirim – são necessárias pelo menos dez. Por fim, os vereadores foram desafiados a assinar o requerimento da investigação sobre o tapa-buracos, que tem oito crivos parlamentares até agora e cuja criação foi blindada pela base.

“A bancada do PT vai assinar e convocamos dois vereadores para terem a coragem de investigar o tapa-buracos”, retrucou a petista Thais Helena. Coincidência ou não, os maiores gastos recentes como serviço na cidade também foram no fim da gestão peemedebista.

Recentemente, há uma queda de braço entre grupo ligado a Bernal e a atual administração – na sessão de hoje, Saraiva chegou a citar nomes de parentes do ex-prefeito que teriam sido indicados para cargos na instituição. Até professores do instituto entraram em greve pedindo a saída da atual diretora, Mozania  Campos, indicada de Bernal – ela, por sua vez, diz que vai concluir o mandato, a encerrar-se em meados de abril.

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