Contra crise, Olarte chama comissionados para campanha no WhatsApp

Mensagem pede para “espalhar no watzaps (sic) e nas redes sociais” notícias positivas.

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Mensagem pede para “espalhar no watzaps (sic) e nas redes sociais” notícias positivas.

Material jornalístico produzido por um veículo de comunicação de Campo Grande, com um balanço positivo dos 10 meses de gestão de Gilmar Olarte (PP) à frente da Prefeitura, tem sido compartilhado no Whatsapp e no Facebook a pedido do próprio prefeito. De olho na releição e em meio ao estopim de nova crise com os vereadores, o chefe do Executivo busca amenizar os ânimos e viabilizar seu projeto político.

Ao lado de imagens que reproduzem a matéria intitulada ‘Após 10 meses de administração, Gilmar Olarte executa um excelente trabalho’, o prefeito e alguns assessores estão fazendo o pedido de encaminhamento. Um vídeo promocional do progressista acompanha a solicitação.

“Pra ele mandar mensagem a todos os comissionados. Espalhar no watzaps (sic) e nas redes sociais”, diz a mensagem, que para alguns foi enviada do celular pessoal de Olarte, o mesmo que ele usa para encaminhar convites para o culto dominical de sua igreja, a Assembleia de Deus Nova Aliança.

Entre os assessores comissionados que já obedeceram o ‘chefe’ estão a ex-aliada de Alcides Bernal (PP) e agora ouvidora do município, Jacqueline Hildebrand Romero, Eliezer David, que mesmo depois de ter sido exonerado de cargo na Prefeitura continua fazendo serviço de assessoria a Olarte, e Raimundo Nonato de Carvalho, um dos autores da denúncia que culminou com a cassação de Bernal, e pai do atual diretor-presidente da Emha (Agência Municipal de Habitação), Enéas Netto.

No final de 2014, durante audiência na Câmara Municipal, o titular da Seplanfic (Secretaria Municipal de Planejamento, Finanças e Controle), André Scaff, informou que a Prefeitura tinha 1,9 mil servidores comissionados e, destes quase 1,3 mil teriam sido nomeados a partir de março daquele ano, quando Olarte assumiu o Executivo Municipal.

Há pelo menos dois inquéritos civis em curso no MPE (Ministério Público Estadual), um sobre “eventual ato de improbidade administrativa e lesão ao erário, decorrente da nomeação de 1.044 servidores comissionados, sem a observância dos critérios impostos pela Lei da Ficha Limpa” e outro que apura possível nomeação de servidores “fantasmas” na Prefeitura Municipal de Campo Grande.

Ainda que evite falar oficialmente, o prefeito trabalha para viabilizar sua disputa à reeleição ao cargo, ao qual chegou após a cassação de Bernal, em março do ano passado, pela Câmara Municipal. Pouco à vontade no mesmo partido do antecessor – que inclusive tenta expulsá-lo da legenda –, Olarte busca abrigo partidário capaz de acomodar seu projeto político.

Quando perguntado sobre o assunto, o prefeito diz que tem recebido convite de vários partidos – para que possa se candidatar, o pepista tem que fazer a migração até, no máximo, o fim de setembro deste ano. O último deles seria o PSD, mas Olarte já foi publicamente ignorado, por exemplo, pelo governador do Estado, Reinaldo Azambuja (PSDB), sobre eventual intenção de aninhar-se entre os tucanos.

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