Contra CPI, petista defende intervenção da ONU em conflito agrário

Investigação concentrou parte dos discursos na sessão desta quarta

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Investigação concentrou parte dos discursos na sessão desta quarta

A CPI do Cimi voltou a ser alvo de críticas durante a sessão desta quarta-feira (23) na Assembleia Legislativa. A investigação enfrenta resistência do PT, que defende até intervenção da ONU (Organização das Nações Unidas) e outros organismos internacionais no conflito agrário envolvendo índios e fazendeiros em Mato Grosso do Sul.

Em discurso, o líder do PT na casa, Pedro Kemp, classificou a questão de “vergonha internacional”. Disse que a CPI não contribuirá para o fim do conflito agrário, além de ter sido, ainda na visão do petista, apresentada com requerimento “falho e genérico”, sem apontar fato determinado.

“Tenho o temor de que esta CPI vire palco de debate político, ideológico, que criminalize quem apóia entidade indígena e também sirva para criminalizar os índios”, discursou Kemp. O Cimi (Conselho Indigenista Missionário), ligado à Igreja Católica, é apontado no requerimento da comissão como alvo de denúncias sobre incitação ao conflito por terras.

Propositora da CPI, a deputada Mara Caseiro (PTdoB) fez aparte ao pronunciamento de Kemp. Disse que o objetivo da investigação é apontar culpados, além de reclamar da posição contrária do Cimi.

Ao retomar a fala, Kemp acentuou o contra-ataque. Defendeu que a ONU e movimentos internacionais de direitos humanos se pronunciem sobre o conflito entre índios e fazendeiros. “Indígenas estão sendo assassinados e parece que não é nada uma pessoa morrer com um tiro na cabeça”, disse o petista, emendando: “é grave matar um boi, que custa dinheiro; mas e o índio, que valor tem?”.

O PT chegou a cogitar o boicote à CPI do Cimi – a bancada do partido tem direito a uma vaga na comissão. Depois, decidiu indicar o próprio Kemp a compor o grupo, já indicando que fará contraponto às questões investigadas.

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