Conflito entre índios e fazendeiros traz ministro da Justiça a Mato Grosso do Sul

MPF também deve participar de encontro

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MPF também deve participar de encontro

O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, vem a Mato Grosso do Sul na quarta-feira (2), para discutir o conflito entre índios e fazendeiros na região sul do Estado. No sábado (29), confronto entre indígenas e ruralistas resultou na morte do indígena guarani-kaiowá Semião Fernandes Vilhalva, de 24 anos, com um tiro na cabeça.

A visita do ministro foi confirmada pelo governador do Estado, Reinaldo Azambuja (PSDB), nesta terça-feira (1º). Segundo ele, há ainda a possibilidade de o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, chefe do MPF (Ministério Público Federal), também participar do encontro, marcado para as 10 horas, na Governadoria. “Amanhã estaremos recebendo o ministro da Justiça, para uma reunião com membros do MPF, podendo ser o próprio Janot”, disse. O Ministério Público Federal atua para garantir os direitos dos povos e comunidades tradicionais, como índios e quilombolas, comunidades extrativistas, ribeirinhas e ciganos.

Reinaldo voltou a defender o fim do impasse entre os fazendeiros e indígenas. Ontem, ele disse que “não quer bandidos, nem heróis”, mas defende o fim do conflito. Em reunião com o Exército, ficou definida a presença de militares em quatro municípios por 30 dias. O objetivo é restabelecer o diálogo e paz na região.

Também participam da reunião de amanhã representantes da Polícia Federal, Polícia Federal Rodoviária, Supremo Tribunal Federal, Fundação Nacional do Índio (Funai), Ministério da Justiça e a secretária–geral da República, Regina Miki.

Ocupação

As ocupações na terra indígena começaram na madrugada do dia 22 de agostoquando um grupo entrou na Fazenda Primavera. Desde então, o clima de insegurança se instalou na cidade, com indígenas acusando produtores rurais de espalharem boatos, para causar pânico e ruralistas afirmando que os índios não têm o direito de ocupar as propriedades rurais.

Os indígenas ergueram acampamentos em cinco propriedades: Primavera, Pedro, Fronteira, Barra e Soberania. Restam apenas duas fazendas para serem retomadas. Na segunda-feira (31), o governo estadual assinou um pedido de Garantia de Lei e Ordem, à presidente da República, Dilma Rousseff (PT), para que mais equipes do Exército fossem enviadas ao local.

A partir do documento enviado pelo governador à presidente Dilma Rousseff, a autorização do emprego das Forças Armadas foi concedida e encaminhada ao gabinete de Segurança Institucional, que repassou a missão para o Ministério da Defesa. A operação será executada pelo CMO (Comando Militar do Oeste), com o emprego de tropas que já se encontram naquela região do conflito. O Exército vai para Antônio João, Aral Moreira, Bela Vista e Ponta Porã.

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