Até vereadores que “controlam secretarias” bateram

Ao invés de terem a curiosidade aguçada pelos novos rumos da investigação que culminou na renúncia do ex-vereador Alceu Bueno, os parlamentares resolveram disparar contra o prefeito Gilmar Olarte na sessão desta quinta-feira (30).

Após o juiz da 7ª Vara Criminal, Marcelo Ivo de Oliveira, conceder delação premiada a Faniano Otero, que promete revelar mais dez nomes de políticos e empresários que teriam envolvimento no escândalo sexual com adolescentes, os vereadores de não comentaram o assunto nesta manhã.

Até mesmo vereadores que “controlam secretarias”, como Paulo Siufi (PMDB), que teria indicado Jamal para a Sesau e Edil Albuquerque (PMDB), ex-gestor da Sedesc (Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia, Turismo e Agronegócio), dispararam contra o prefeito. 

Presidente da Casa, o vereador Mario Cesar (PMDB) ocupou a tribuna para criticar Olarte. “Não é um discurso de oposição, mas de preocupação com a cidade. Em meio a crise, a prefeitura contratou mais comissionados ontem. Não vai conseguir convencer a sociedade de que está cortando gastos em serviços essenciais como a saúde e contratando mais pessoas”.

Segundo Mario Cesar, a receita não justifica a crise, já que aumentou 12,58% e a população tem honrado com os compromissos e pagado os impostos. “Houve perda do ICMS, mas por inexperiência administrativa. Só agora vão procurar a Justiça para tentar reverter este índice”.

Chiquinho Telles (PSD) endossou a crítica. “A visita ilustre da anta, que invadiu a Sesau nesta semana, qualquer dia chega ao Paço Municipal e outros órgãos. Que estas atitudes não venham a transformar aquele animal no símbolo da administração para a sociedade”.

Luiza Ribeiro (PPS) afirmou que a situação da Capital beira a perversidade. “O que dizer de um município onde os médicos ameaçam parar? Eu e a vereadora Carla passamos vergonha na Santa Casa quando questionadas sobre falta de UTIs neonatais na cidade. Ou o prefeito assume Campo Grande ou dizemos a ele que o seu governo chegou ao fim”.

Da oposição, a vereadora Thais Helena (PT) reclamou da falta de abertura de Olarte a sugestões. “Ele não aceita orientação e nem conselho. O secretário mesmo disse que o prefeito estava com uma possível crise se medidas não fossem tomadas”.

Eduardo Romero (PT do B) sugeriu que a Câmara convoque o prefeito em regime de urgência para explicar a situação da cidade. “Olarte precisa nos dizer se há crise, para acalmar a população. Queremos saber o que está acontecendo de fato”.

Líder do prefeito, Edil Albuquerque (PMDB) não defendeu Olarte das críticas, mas prometeu aos colegas que iria convidar o prefeito para conversar com os vereadores e esclarecer dúvidas.