Puccinelli tentou fazer cortesia com chapéu alheio ao anunciar hospital

O governador (PMDB) bem que tentou, mas pode ver os planos indo por água abaixo na gestão de (PSDB). O ex-governador prometeu entregar dois hospitais, para Três Lagoas e Dourados, mas segundo o novo governador, não deixou nenhum centavo para o início da obra.

Azambuja prometeu entregar na próxima semana um balanço do que foi deixado em caixa pro Puccinelli. Se comprovado que o ex-governador não deixou o dinheiro em caixa, ficará provado que ele tentou um uma jogada de marketing para ficar com a fama de ter construído os hospitais, sem ter sequer iniciado o projeto.

No dia 22 de outubro de 2014 Puccinelli publicou um contrato de R$ 19,9 milhões com a Stenge Engenharia para a primeira etapa da obra, que teria prazo de 540 dias para conclusão. Porém, segundo o servidor de carreira da Secretaria de Fazenda, Wanderley Bem Hur, a publicação de contrato não obriga Puccinelli a deixar o dinheiro, visto que a empresa ainda não iniciou o serviço e, por isso, não apresentou nota do trabalho prestado.

Se tivesse realizado a primeira parte da obra, sem deixar dinheiro em caixa, Puccinelli poderia ser penalizado por crime de responsabilidade fiscal, o que o tornaria ficha suja, deixando-o inelegível por oito anos. Isso pode acontecer se ele deixou outras obras sem pagamento na gestão dele.

Como Puccinelli ainda não pagou para a construção, Reinaldo Azambuja pode tranquilamente quebrar o contrato “a bem do serviço público”. Desta maneira, não teria obrigação de fazer dois hospitais idealizados por Puccinelli, que seria premiado com a “cortesia com chapéu alheio”.

O golpe de marketing pode ter sido uma tentativa de Puccinelli abafar o desgaste do final da gestão, com o escândalo do Aquário do Pantanal, obra milionária que não foi concluída, como prometido. Puccinelli não conseguiu entregar o a faraônica obra e ainda viu o novo governador prometer que só dá continuidade após auditoria externa, a ser acompanhada por várias instituições.

Além dos micos, com o criticado aquário, chamado por deputados de “Abacaxi do Puccinelli”, o ex-governador deixou o governo em meio a duas derrotas significativas para o PMDB. Eles perderam a Prefeitura de Campo Grande, com a derrota de Edson Giroto (PMDB), e o Governo do Estado, com Nelsinho Trad (PMDB), que nem chegou ao segundo turno em Mato Grosso do Sul.

A falta de dinheiro para continuidade das obras é uma das reclamações de Azambuja. Ele também protestou contra o aumento do repasse a Poderes, falta de pagamento de servidores, empréstimos para serem cobrados apenas a partir deste ano e dos Plano de Cargos e Carreiras, também aprovados só no final da gestão, que comprometeram a folha de pagamento em mais de R$ 20 milhões. Neste sábado os chefes da Casa Civil e de Governo de Azambuja estão reunidos para fazer o balanço final da situação encontrada na gestão de Puccinelli, que será apresentado na semana que vem.