Aniversário tem prefeito com liminar e um terço da Câmara investigada

Clime é de incerteza

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Clime é de incerteza

Quando a população de Campo Grande decidiu eleger o radialista Alcides Bernal (PP) como prefeito de Campo Grande, em 2012, não imaginou que a novela só estava no início. Depois de ser cassado em março do ano passado, o progressista retornou ao Paço ontem após decisão do TJMS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul). Um pouco antes, o então chefe do Executivo já havia sido afastado por determinação do desembargador Luiz Cláudio Bonassini, assim como o presidente da Câmara Municipal, Mario Cesar (PMDB).

Os dois acontecimentos têm ligação com a cassação, mas não dizem respeito ao mesmo processo. Bernal conseguiu retornar à Prefeitura porque o TJ derrubou liminar proferida pelo desembargador Vladimir Abreu da Silva no dia 14 de março de 2014 que, por sua vez, anulava ação popular movida pelos vereadores de oposição a Olarte pedindo invalidade ao decreto da Câmara referente ao ato de cassação.

Um ano e cinco meses depois, às vésperas do aniversário da Capital, o Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) desencadeou Operação Coffee Break que afastou Olarte da Prefeitura e Mário Cesar da Câmara, além de colher depoimentos de nove vereadores, dois empresários e do diretor-presidente do IMTI, durante quase 12 horas ma sede do grupo.

A apuração é desdobramento da Operação Lama Asfáltica e apura se realmente houve compra de votos para cassar radialista. Prestaram depoimento os vereadores Edson Shimabukuro (PTB), Edil Albuquerque (PMDB), Paulo Siufi (PMDB), Waldecy Chocolate (PP), Carlos Borges (PSB), o licenciado Jamal Salém, o ex-legislador Alceu Bueno (PSL).

Os empresários João Amorim, dono da Proteco Construções, e João Baird, proprietário da Itel Informática, também integraram a lista de depoentes. Fábio Portela, liga do a Baird e comandante do IMTI (Instituto Municipal de Tecnologia da Informação) na gestão de Olarte, também foi ouvido.

Neste meio tempo, enquanto o afastamento do pastor ocorreu e o julgamento de Bernal ainda não havia acontecido, o vice-presidente da Câmara, Flávio Cesar (PTdoB), fez pronunciamento esclarecendo que, com base na LOM (Lei Orgânica do Município), ele assinaria termo para tonar-se prefeito interino, fato que não foi concretizado.

O cenário, porém, ainda é de incerteza. Isso porque, segundo o procurador jurídico da Casa de Leis, Fernando Pineis, o Legislativo já estuda recurso contra a decisão do TJMS. Os vereadores, principalmente de oposição a Bernal, vão alegar que o processo de cassação foi legítimo e sem vícios. Enquanto nenhum reviravolta surpreende os campo-grandenses de novo, o ato de posse do prefeito reconduzido está marcada para amanhã às 12h no Paço Municipal. Olarte permanece incomunicável.

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