Amorim se antecipa a suposto pedido de prisão e diz que Bernal era mau prefeito

Empresário também confirmou ao Gaeco sociedade com Baird em jatinho

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Empresário também confirmou ao Gaeco sociedade com Baird em jatinho

A defesa do empresário João Amorim, investigado nas operações Coffee Break e Lama Asfáltica, atencipou ao TJ (Tribunal de Justiça) pedido para que seja negada eventual prisão dele. A petição foi feita, segundo os advogados, com base em boatos de que o Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) estaria tentando prender o empreiteiro.

“Chegaram ao conhecimento do peticionário boatos de que teria sido requerida pelos membros do Gaeco, entre outras medidas, a decretação de sua prisão preventiva, estando tal depoimento pendente de análise por vossa excelência”, diz trecho do pedido. A ação do Gaeco sobre pedidos dos investigadores da Coffee Break estava arquivada e, após a petição, voltou ao desembargador relator, Luiz Claudio Bonassini da Silva, que até o momento não despachou a respeito.

No pedido, os advogados anexaram depoimento prestado por João Amorim ao Gaeco, no dia 25 de agosto, quando a Coffee Break foi deflagrada, argumentando ser uma prova de que o empreiteiro está colaborando com as investigações e, por isso, a prisão seria injustificada. Na ocasião ele confirmou ter torcido pela cassação do mandato de Alcides Bernal, mas apenas como cidadão.

“Que, não falei para Bernal que iria derrubá-lo; que, não atuei diretamente, nem nos bastidores, para buscar a cassação de Bernal, mas torci como cidadão para que isso acontecesse”, disse ele ao Gaeco. “Eu tinha interesse que Bernal fosse cassado, já que não era um bom prefeito”, continua.

Amorim disse aos promotores que Bernal cancelou contratos dele para pavimentação do Centro de Campo Grande e prometeu restabelecer outro, mas acabou não cumprindo. Ele negou ter ameaçado Bernal e afirmou não ter atuado diretamente e nem nos bastidores para cassação .

Amorim confirmou conversa com o vereador Mario Cesar (PMDB), então presidente da Câmara Municipal, no período que antecedeu a cassação, mas alega ter sido apenas para obter informações sobre possível cassação. O empresário lembrou ainda que o genro dele, Luciano Dolzan, dono da Solurb, tomou prejuízo na gestão de Bernal, mas não disse de quantos. Ainda assim, reiterou interesse pela saída apenas pelo fato dele “não ser um bom prefeito”.

Amorim também fez uma confirmação de algo identificado pela Polícia Federal durante a Lama Asfáltica. Ele é sócio de João Baird na propriedade do jatinho de luxo usado por vários políticos. Porém, afirmou não ter sido ele o responsável pelo empréstimo na ocasião em que o então prefeito, Gilmar Olarte (PP), viajou com a esposa a Brasília (DF) na aeronave.

O empresário se recusou a responder pergunta sobre escutas telefônicas do Gaeco, que foram disponibilizadas para ele antes do depoimento. “Me recuso a responder qualquer pergunta na qual se fizer referência ao conteúdo dos autos, uma vez que minha equipe jurídica está questionando a legalidade destas interceptações telefônicas”, declarou.

Amorim disse que conhece vários vereadores e que, possivelmente, manteve contato com alguns no período que antecedeu a cassação. Ele declarou ainda que tinha pouco contato com Gilmar Olarte e que só conversou com ele duas vezes depois que assumiu a Prefeitura.

João Amorim é investigado pelo Gaeco por conta da cassação de Alcides Bernal. Ele seria, segundo investigação, um dos financiadores e orquestradores da cassação. Segundo o Gaeco, Amorim e alguns vereadores organizaram a cassação em troca de dinheiro e cargos.

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