Alvo de processante e réu no TJ, Olarte diz que vai ‘começar a falar’

Prefeito criticou antecessor e se disse vítima de construção para inviabilizá-lo

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Prefeito criticou antecessor e se disse vítima de construção para inviabilizá-lo

O prefeito de Campo Grande, Gilmar Olarte (PP), que na semana passada se tornou réu em ação no TJ (Tribunal de Justiça) e alvo de comissão processante na Câmara Municipal, resolveu virar a artilharia contra o antecessor, Alcides Bernal (PP). Em agenda pública na manhã desta segunda-feira (17), disse que “se cansou de ficar calado e agora vai começar a falar”.

Segundo Olarte, o ex-prefeito acaba de ter bens apreendidos pela Justiça “por ter desviado merenda das criancinhas”. “O governo do Gilmar Olarte foi vítima de uma construção para inviabilizá-lo. Essa decisão mostra que tudo que foi construído com mentiras está caindo por terra”, declarou.

A ação à qual se refere Olarte foi ajuizada pelo MPF (Ministério Público Federal) contra Bernal, o então secretário municipal de Educação, José Chadid, a empresa Salute e outros cinco envolvidos. O processo tramita em segredo de Justiça na 2ª Vara da Justiça Federal, em Campo Grande.

O MPF acusa os réus de terem fraudado licitação, em 2013, para aquisição e distribuição de merenda escolar. A mesma fonte revela que as irregularidades envolvem dispensa ilegal de licitação, não aplicação de multa contratual e sobrepreço nos produtos ofertados, gerando prejuízo de R$ 647,5 mil aos cofres municipais, verba vinda do Ministério da Educação.

“Este é um dos 32 crimes cometidos por Bernal, na época que a Câmara identificou e o cassou”, disse Olarte, falando que o antecessor estava “roubando a merenda e deixando as criancinhas com fome e sofrendo, por isso foi cassado”. O então prefeito da Capital perdeu o cargo em março de 2014, por decisão da Câmara Municipal, após uma comissão processante que identificou ilegalidades em sua gestão.

Olarte disse que vai provar “tim-tim por tim-tim” sua inocência, reafirmou que, quando assumiu o cargo, a Prefeitura tinha R$ 300 milhões em dívidas e prosseguiu no discurso contra Bernal. “Essa decisão da Justiça só ratifica a dos vereadores”, disse, recebendo de um lado vaia de professores em greve, na plateia da solenidade, e de outro manifestações de apoio por parte de grupo de simpatizantes.

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