Waldez, do PDT, é eleito pela terceira vez governador do Amapá

Waldez Góes, do PDT, venceu o candidato à reeleição Camilo Capiberibe, do PSB, no segundo turno das Eleições 2014 no Amapá. Ele comandará o estado pela terceira vez. O pedetista venceu com 60,59% dos votos válidos, o que corresponde a 217.870 eleitores. O segundo colocado teve 39,41% dos votos, o que representou 141.689 eleitores. A […]

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Waldez Góes, do PDT, venceu o candidato à reeleição Camilo Capiberibe, do PSB, no segundo turno das Eleições 2014 no Amapá. Ele comandará o estado pela terceira vez. O pedetista venceu com 60,59% dos votos válidos, o que corresponde a 217.870 eleitores. O segundo colocado teve 39,41% dos votos, o que representou 141.689 eleitores.

A vitória de Waldez, que é apoiado pelo senador José Sarney (PMDB), marca o retorno do PDT ao comando do governo amapaense. O mais recente pedetista a ocupar um mandato executivo no estado foi Roberto Góes, derrotado na disputa para a reeleição à prefeitura de Macapá, em 2012.

O governador eleito marcou uma entrevista coletiva para a noite deste domingo em um salão de eventos no bairro Trem, na Zona Norte de Macapá. A festa da vitória acontece na orla da capital amapaense.

Biografia

Antônio Waldez Góes da Silva, de 49 anos, é o quinto governador eleito do Amapá desde que o estado deixou de ser Território Federal. Nascido em Gurupá, no Pará, em 29 de outubro de 1964, ele é o mais novo dos 16 irmãos, filhos do seringueiro Otacílio Silva e da dona de casa Isaura Góes. Waldez vai ocupar pela terceira vez a cadeira de governador no Palácio do Setentrião. As outras duas vezes foi eentre 2003 e 2010.

O pedetista chegou ao Amapá ainda criança, com a família, e estudou nas escolas Paroquial Padre Dário, Grupo Amapá, e colégio Castelo Branco. Todos em Macapá. Em 1981, Waldez mudou-se para Castanhal, no Pará, para estudar o curso técnico agrícola, na escola Agrotécnica Federal de Castanhal. O governador eleito concluiu o curso em 1981.

Waldez Góes retornou ao Amapá em 1983, quando iniciou a carreira no serviço público, como agente de atividade agropecuária na extinta Assistência Técnica e Extensão Rural do Amapá (Aster). Ele ocupou o cargo por 11 anos.

Dez anos depois, em 1993, o governador eleito casou com Marília Góes, de 48 anos. Atualmente, ela ocupa o cargo de deputada estadual e foi reeleita para um segundo mandato. Marília também é delegada de Polícia Civil e tem sete filhos e um neto com Waldez.

A carreira política de Waldez Góes iniciou em 1989, quando ele filiou-se ao PDT. Um ano depois, em 1990, ele elegeu-se deputado estadual, tendo sido a primeira conquista nas urnas, aos 29 anos. Quatro anos depois, Waldez conseguiu a reeleição.

No mandato, Waldez foi um dos líderes de oposição ao então governador Anníbal Barcellos. Em 1996, ambos se encontraram nas urnas, na disputa para a prefeitura de Macapá. O pedetista foi derrotado.

Em 1998, Waldez foi convidado a concorrer ao governo do Amapá. Ele não conseguiu vencer o candidato à reeleição, à época, João Capiberibe.

Após a derrota ao governo amapaense, Waldez Góes viajou para o Rio de Janeiro a convite da direção nacional do PDT. No estado fluminense, o pedetista cursou políticas públicas, na Universidade Federal do Rio de Janeiro. Ele também estudou direito por dois anos na Faculdade Estácio.

Waldez interrompeu o curso de direito para retomar as atividades políticas no Amapá. Ele queria construir uma estrutura para lançar-se pela segunda vez candidato ao executivo amapaense.

Em 2002, Waldez conseguiu eleger-se governador do Amapá, derrotando com 54,7%, no segundo turno, a então governadora Dalva Figueiredo, que havia assumido o executivo após João Capiberibe deixar o cargo para concorrer ao Senado.

Quatro anos depois, Waldez Góes reelegeu-se, vencendo João Capiberibe. A vitória foi no primeiro turno das eleições de 2006, feito inédito na política amapaense. O pedetista deixou o governo em abril de 2010 para concorrer ao Senado.

Durante a campanha na disputa ao Congresso Nacional, Waldez Góes chegou a ser preso pela Polícia Federal, na operação Mãos Limpas. Ele foi detido com a esposa Marília Góes e o então governador Pedro Paulo Dias. Foi a primeira vez que um ex-governador e atual governador foram presos no Amapá. Eles foram acusados de desviar dinheiro público federal. Ele perdeu as eleições de 2010.

Campanha

O candidato pelo PDT usou a estratégia de fazer campanha propositiva. Em vários momentos, ele também precisou defender-se de ataques de adversários em relação à prisão ocorrida em 2010.

O pedetista esteve à frente nas três pesquisas de Ibope no primeiro turno das eleições. Ele concorreu com seis candidatos. Waldez também chegou a ser criticado pela postura de não ir a seis dos sete debates, comparecendo apenas no último, realizado em 30 de setembro, na TV Amapá.

No segundo turno, Waldez Góes enfrentou Camilo Capiberibe, atual governador do Amapá. Foi uma disputa com vantagem.

Logo após ficar à frente no primeiro turno, Waldez declarou que uma das prioridades de aliança para a segunda etapa do pleito era coligar com o PT, partido aliado ao governador Camilo Capiberibe. Os petistas, no entanto, continuaram com os pessebistas.

Apesar de não ter atraído o PT para a coligação, Waldez conseguiu o maior número de siglas que declararam apoio publicamente. Ao todo, foram dez partidos. Iniciada com três legendas, a coligação ‘A Força do Povo’ chegou ao fim do segundo turno com outras dez. Aliaram-se ao pedetista o PROS, PT do B, PTB, PHS, PRB, Solidariedade, PSD, PSC, PSDC e PPL. Estavam no primeiro turno o PDT, PMDB e PP. Camilo Capiberibe conseguiu atrair mais dois, o PEN e DEM. Eles somaram com PSB, PSOL, PT e PC do B.

O governador eleito tem como vice Papaléo Paes (PP), ex-prefeito de Macapá e ex-senador pelo Amapá.

Propostas

O candidato pedetista prometeu durante a campanha intensificar o controle às licitações públicas. Ele afirmou que quer criar a Central de Licitações, onde serão analisados todos os processos pela Controladoria e Procuradoria do Estado.

No setor econômico, Waldez afirmou que vai debater com o setor do comércio a partir de 2015 a substituição tributária, medida adotada em 2012 pelo governador Camilo Capiberibe. A medida obrigou os empresários ao pagamento de impostos antes da venda das mercadorias. O governador eleito disse ainda que em licitações de até R$ 85 mil, serão priorizadas as microempresas.

O pedetista falou que na educação pretende criar uma escola integral em cada um dos 16 municípios amapaenses e valorizar o professor. Na saúde, uma das propostas é descentralizar os atendimentos do Centro de Assistência Psicossocial (Caps) para Santana, Laranjal do Jari e Oiapoque.

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