Vereadores avaliam Olarte como aquém do esperado e com ‘pontinha de vaidade’
Vereadores esperavam gestão melhor e criticam falta de diálogo de Gilmar Olarte com a Câmara
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Vereadores esperavam gestão melhor e criticam falta de diálogo de Gilmar Olarte com a Câmara
Os vereadores da Câmara de Campo Grande não estão muito empolgados com a administração do prefeito Gilmar Olarte (PP). Passados os nove meses do primeiro ano da gestão de Olarte, a avaliação é de que ele está aquém do esperado.
Olarte começou o mandato em março, após a cassação de Alcides Bernal (PP). À época ele contava com a simpatia dos 23 que cassaram o antigo prefeito e chegou a entrar no Paço Municipal pela primeira vez de braços dados com alguns deles. Passados nove meses, a relação com os vereadores é diferente da inicial e a instabilidade é cada vez maior.
Líder do PMDB na Câmara, o vereador Vanderlei Cabeludo avalia a administração de Olarte como aquém do esperado. Ele pondera que pode ser elogiada se comparada a de Bernal, mas não contempla o anseio de quem esperava mais mudanças.
“Muito aquém do que eu imaginava. Muito, muito, muito. Para comparar ela com Bernal, foi boa, mas com outros prefeitos é muito difícil. Avalio como regular. Muita coisa para melhorar. Ele está meio desorientado ainda e tomou muitas decisões precipitadas. Apesar de que pegou prefeitura com problemas”, analisou.
O vereador Carlão (PSB) também demonstra insatisfação e diz que esperava uma administração melhor. “Não foi o que esperava porque ele também tomou decisões que são aleatórias. Não são partidárias, mas pessoais que toma. Isso ficou ruim. São mudanças com decisões pessoais e sem consultar partidos”, criticou.
O vereador também cita como negativo a falta de limpeza nos bairros, que acaba deixando a população insatisfeita e refletindo nos vereadores, que são cobrados nas ruas. “Nós demos condições para ele trabalhar. Não pode é não ter resposta para o povo. Sem resposta para a rotatória da Estrela do Sul, que está um matagal. Não teve limpeza de canteiro. Bairros estão passando natal sem ter acesso à residência. Tudo parado. Do jeito que está ai a avaliação ainda é fraca. Ele fala que pegou o orçamento do outro. Mas, o ano que vem não tem desculpa”, avaliou.
O vereador Chiquinho Telles (PSD) ressalta o incentivo da Câmara, que fez a parte dela, aprovando projetos importantes. Todavia, avalia que o prefeito ainda não conseguiu montar um time próprio e heranças de outras gestões ainda o atrapalham.
“Ele está trazendo algumas peças que não somam em nada. Muita troca de secretário, indecisão. Pessoa que não tinha capacidade nenhuma em pasta importante. Pessoa despreparada à frente da Fundação de Cultura, quando a administração não pode ter só um segmento. Tem que destinar recurso para cada segmento, coisa que não aconteceu”, reclamou.
O vereador também destacou o veto a projetos importantes. Ele não classifica os vetos como técnico e diz ser prejudicial a relação com a Câmara. “Vetar projeto por vetar, por descontentamento de opinião, para dar troco de ego e vaidade? Quero entender que não, mas acredito que por birra. Vaidade de querer dizer: eu mando, eu sou. Vejo uma pontinha de vaidade vetando projeto e testando força com vereadores. O vereador Eduardo Romero (PTdoB) queria isentar IPTU de pessoas que têm casas inundadas. Um projeto simples para dar retorno a pessoas que sofreram. Ele vetou. Outro projeto de colocar nome das escolas nos uniformes. Não oneraria e foi vetado porque a gente critica, cobra demais. São vetos que não conversa com vereador e isso atrapalhou um pouco”, detalhou.
O vereador diz não ter nada para comemorar e acredita que a população está atenta até as diferenças entre o que mostram na propaganda e a realidade. “Não tem nada para comemorar. Só andar na rua. Na televisão cabe tudo, mas não é o que vê na periferia. Vai lá nos bairros, olha a cidade inundada porque não tem cuidado com as bocas de lobo, por exemplo”, concluiu.
O vereador Flávio César (PTdoB) lembra que o prefeito pegou a cidade bastante complicada e com um grande desafio. Por isso, vê a situação como delicada e percebe uma dificuldade no prefeito com alguns reflexos da gestão passada, o que deixou muitas obras paradas. Ele entende que é preciso colocar algumas coisas no eixo para que a gestão seja mais eficiente.
“A gente percebe que o prefeito Gilmar tem se esforçado bastante, mas em algumas situações ainda tem agido sem ouvir muito a Câmara, que tem buscado sinalizar os melhores caminhos, até porque somos 29 vereadores e todos atentos e com mesmo objetivo de trabalhar pela cidade. Algumas coisas ainda não aconteceram”, avaliou.
O vereador cita como fato negativo a promessa de reforma do prefeito, que até o momento só ficou em escolhas pessoas, sem participação do vereador, que ouve o clamor da população. “Podemos contribuir muito mais para que ajustes sejam feitos e coisas aconteçam de forma eficaz. Mas, eu como sou muito otimista e busquei cumprir meu papel, acredita que 2015 será um ano muito melhor”, concluiu.
Todos os vereadores entrevistados são da base de sustentação de Gilmar Olarte. Todavia, eles fazem questão de dizer que são base, mas não estão lá para dizer amém para todas decisões do prefeito. Prova disso é a quantidade de requerimentos da oposição que são aprovados na Casa, o que em outras épocas não acontecia.
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