Presidente de sindicato que apoiou Bernal é acusado de favorecimento e improbidade na sua gestão
O presidente do Seesvig (Sindicato dos Empregados em Empresas de Segurança e Vigilância de Transporte de Valores de Campo Grande e Região), Celso Adriano Gomes da Rocha, foi acusado favorecimento e atos de improbidade na sua gestão. A instituição apoio os outdoors em apoio ao ex-prefeito de Campo Grande, Alcides Bernal (PP). Uma das acusações […]
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O presidente do Seesvig (Sindicato dos Empregados em Empresas de Segurança e Vigilância de Transporte de Valores de Campo Grande e Região), Celso Adriano Gomes da Rocha, foi acusado favorecimento e atos de improbidade na sua gestão. A instituição apoio os outdoors em apoio ao ex-prefeito de Campo Grande, Alcides Bernal (PP).
Uma das acusações é a compra de um veículo que está no nome de Alexandre Gonçalves Bernardino. Segundo o presidente, ele é um associado. A justificativa de Celso Adriano foi de que o “sindicato não poderia financiar a compra de um veículo”.
A entidade fez então um contrato de compra e venda de automóvel com reserva de domínio, no dia 22 de fevereiro do ano passado. No entanto, em abril de 2011 o Seesvig divulgou, em abril de 2011, a aquisição do veículo, modelo Gol, placas NRF-9815.
“Esse carro quito as três parcelas que faltam e vai passar para o sindicato”, afirmou o presidente. De acordo com o contrato, foi dada uma entrada de R$ 3 mil e parcelado o restante em 56 parcelas de R$ 785.
Assim como o veículo, o sindicato também adquiriu, nos mesmos moldes, uma motocicleta comprada por José Edelício Santos de Oliveira, diretor-tesoureiro do Seesvig. Segundo o presidente, José foi contemplado num consórcio e “o sindicato pagou as parcelas pagas e pagou as restantes, mas só depois de quitada é que foi passado para o nome do sindicato”.
Festas
Outra acusação foi de favorecimento ao ex-sogro do presidente que organizava todas as festas do sindicato. Celso Adriano justificou que o sindicato não precisa fazer licitação para contratar a empresa e que a escolha foi pelo menor valor cobrado.
“Se for pagar um buffet sai de R$ 30 a R$ 40 por pessoa, ele cobrava um valor bem abaixo. A parte sindical não tem isso (licitação). Você só faz orçamento. E ele só cobrava mão de obra”, afirmou o presidente do Seesvig.
De acordo com ele, a última festa do sindicato foi feita para duas mil pessoas. “Esta última mesmo, ficou menos de R$ 10 mil para duas mil pessoas. Quem faz festa assim para duas mil pessoas?”, questionou. Com este valor, cada cabeça custou R$ 5.
Apesar da apresentação dos valores, o presidente não permitiu à equipe de reportagem o acesso à prestação de contas do sindicato. Celso Adriano disse que permitiria só com determinação da Justiça. “Eu deixo você ver se tiver autorização da Justiça. Isso é coisa nossa”, pontuou.
Contribuição
Conforme a denúncia, o sindicato cobra além da contribuição sindical anual – desconto de um dia de trabalho por ano – ainda desconta outro dia de trabalho que foi denominado contribuição assistencial.
O procurador do Ministério Público do Trabalho (MPT), Paulo Douglas Almeida de Moraes, arquivou na época, 2012, o inquérito civil (428.2012.24.000/6) que suspendia a cobrança da contribuição assistencial.
Conforme o presidente, a verba seria utilizada para a aquisição de uma área de lazer, mas foi utilizada para bancar os trabalhadores durante a greve de sete dias no ano passado.
Além disso, a mensalidade dos associados atualmente é 3% sobre o salário base – hoje varia entre R$ 1,7 mil a R$ 2,2 mil, segundo o presidente – o que representa R$ 29, antes do reajuste totalizava R$ 27,7. “O que são R$ 2 perto de um reajuste de R$ 150”, pontuou.
Sobre a reclamação de que o sindicato cobra R$ 491 de cada empresa de segurança no Estado, o presidente não respondeu. Conforme o denunciante, são 35 empresas no Estado. Celso Adriano disse que a arrecadação mensal do sindicato soma R$ 40 mil.
Celso Adriano disse que o servidor que estiver descontente com o sindicato pode procurar a sede e fazer o pedido de desfiliação que será encaminhado em setembro para as empresas.
Nomeação
Celso Adriano foi nomeado no dia 26 de dezembro de 2013 por Alcides Bernal, como subcoordenador da Subcoordenadoria para Assuntos Sindicais e foi exonerado em 17 de março de 2014, como consta no Diário Oficial do Município.
Seu cargo era DCA- 5, com salário era fixo de R$ 2.929,80, mais gratificações, atingindo o valor de R$ 3.200,00, que ele garante ter revertido de forma integral ao Seesvig. “Fiquei poucos meses lá. No dia 6 de março, os R$ 2,6 mil que recebi, tirei do HSBC e fiz a doação”, justificou o presidente.
Apesar da afirmação, não foi mostrado nenhum comprovante bancário da doação.
Quando foi nomeado, Celso Adriano não se afastou da presidência do Seesvig. Segundo o denunciante ele deveria ter se afastado, mas essa questão depende do estatuto da entidade. A reportagem não teve acesso ao estatuto.
“Ninguém que me nomeou falou sobre isso”, respondeu.
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