Ocupação da Prefeitura também domina discussões na Assembleia Legislativa

A exemplo do que aconteceu na Câmara Municipal de Campo Grande, a sessão desta terça-feira (20) na Assembleia Legislativa foi pautada pela discussão, entre os parlamentares, sobre a invasão da Prefeitura ocorrida na quinta-feira (15) pelo ex-prefeito, Alcides Bernal, e um grupo de apoiadores. Os deputados transformaram a sessão em uma grande discussão política, com […]

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A exemplo do que aconteceu na Câmara Municipal de Campo Grande, a sessão desta terça-feira (20) na Assembleia Legislativa foi pautada pela discussão, entre os parlamentares, sobre a invasão da Prefeitura ocorrida na quinta-feira (15) pelo ex-prefeito, Alcides Bernal, e um grupo de apoiadores.

Os deputados transformaram a sessão em uma grande discussão política, com direito a bate-boca e trocas de acusações. Para Carlos Marun (PMDB), a ocupação da quinta-feira “foi um absurdo”, já que “uma decisão judicial deve ser cumprida em conformidade com a lei”, classificando como “uma vergonha” o “assalto” a Campo Grande.

Marquinhos Trad, outro peemedebista, avaliou que a decisão da Justiça, reconduzindo Bernal à prefeitura, não dava direito ao ex-prefeito de assumir da maneira como foi feito. “O Bernal é advogado e sabe disso, ele poderia ter dado o exemplo do trato público. Não comungo e repudio os atos”, completou.

O deputado petista Amarildo Cruz entrou na discussão. Sem questionar a ocupação em si, centrou seu discurso defendendo Bernal, no que chama de golpe contra a “população, que o elegeu com o voto”.

“Aqui diz ‘para retornar imediatamente’, então não precisa tomar posse, ter fogos, fazer festa, por isso ele (Bernal) foi lá (na prefeitura) e, lógico, acompanhado de pessoas, porque ele tem aliados”, disse Amarildo, lendo trecho da decisão, de primeira instância, que devolvia a prefeitura a Bernal.

A discussão prosseguiu com Marquinhos e Amarildo. Começaram a trocar acusações e a bater-boca.

Marun trouxe o debate novamente para o campo político. “Campo Grande foi vítima de um golpe lá na eleição, com a promessa da cidade perfeita, que é igual o golpe da barriga, do bilhete premiado…”, respingando até no pré-candidato do PT ao governo estadual, senador Delcídio do Amaral: “o Delcídio avalizou o Bernal”.

Aí quem entrou na conversa foi Cabo Almi (PT). “Quando Bernal começou a campanha já tinha mais de 30% dos votos, não foi o Delcídio que avalizou”, mudando novamente o foco da discussão: “isso é uma guerra de poder, estamos em outro patamar, temos que resolver os problemas do Estado, não tem vencido, nem vencedor, vai ficar essa briga”.

Zé Teixeira (DEM) rebateu Marun e disse discordar de que a eleição de Bernal foi um golpe. “A eleição é feita com o voto do povo, que é a democracia. O prejuízo é para quem paga imposto”, ponderou.

O peemedebista devolveu. “Foi um golpe sim, porque prometeu a cidade perfeita e não cumpriu a palavra. Homem público tem que ser responsável pelo que promete”.

Já o democrata apontou a falta de diálogo como maior erro de Bernal. O ex-prefeito de Campo Grande foi cassado pela Câmara Municipal no dia 12 de março e, quinta passada, chegou a ter de volta o cargo, após decisão judicial, revogada em instância superior algumas horas depois.

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