O governador de Mato Grosso do Sul, , não gostou de um buzinaço realizado durante cortejo fúnebre em frente da solenidade em que participava, na segunda-feira (14), em uma escola de Nova Andradina, a 300 quilômetros de Campo Grande.

O protesto era contra a demora do IML para liberar um corpo, e em reação, ele chamou de “servidor vagabundo” o médico legista do município, que promete processá-lo e até pedir demissão do cargo.

A manifestação teria sido provocada após a demora, por parte do IML (Instituto Médico -Legal) em liberar o corpo da jovem Taynara Pereira, morta em acidente de trânsito no sábado (12). Sem médico legista na cidade, o procedimento teve que ser feito por Dourados, resultando em uma espera de, pelo menos, 22 horas.

Revoltados, os familiares teriam aproveitado a presença do governador na cidade, no momento do cortejo fúnebre, para protestar. Puccinelli reagiu: “Não tem nada de manifesto. É um vagabundo de um servidor que não estava em seu local de trabalho e já determinei ao policial Jefferson (delegado) que faça a advertência”.

Puccinelli classificou o buzinaço como uma “bagunça”. Disse que ele próprio poderia entrar em contato com a família de Taynara para prestar apoio, além de culpar o condutor do carro e que a garota estava pelo ocorrido.

“O condutor do carro, que causou o acidente, deveria estar na cadeia. Por isso, vamos determinar rigorosa apuração. O que me revolta é uma menina de 15 anos ter a vida ceifada por loucos ao volante e pelo servidor não estar no local de trabalho. Queremos seriedade e respeito às pessoas”, disse o governador. Quem conduzia o carro onde estava Tayana não tinha CNH.

O médico legista Omar Ferreira Miguel afirmou que vai entrar na Justiça contra o governador por ter sido chamado de “servidor vagabundo”. Disse, ainda, que vai deixar o cargo.

“Fui contratado para trabalhar 40 horas semanais, não recebo insalubridade, não recebo hora extra. Já acionei meu coordenador sobre minha decisão e vamos tomar as devidas providências. Ou eu trabalho conforme um servidor público ou vou pedir demissão”, retrucou o médico. Segundo ele, a falta de servidores é um problema do Estado.