O deputado estadual Lídio Lopes (PEN) foi escolhido como relator do pedido do STJ (Superior Tribunal de Justiça) para análise da Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul sobre o pedido de autorização de julgamento do governador (PMDB).

A sessão foi presidida pelo deputado Márcio Fernandes (PT do B). A relatoria foi indicação do deputado Eduardo Rocha (PMDB), que foi acompanhado por Márcio Fernandes, Márcio Monteiro (PSDB) e Almi (PT).

Puccinelli é processado no STJ pelo ex-prefeito de Campo Grande Alcides Bernal (PP) por uma declaração polêmica feita em março deste ano em Dourados. Na ocasião, Puccinelli declarou: “lá em Campo Grande, o ex-prefeito Alcides Bernal não foi derrubado por um golpe. Ele caiu porque é um ladrão e montou uma quadrilha para roubar a prefeitura”.

Agora, o STJ aguarda decisão da Casa de Leis para autorizar o processo. Na semana passada, após 40 dias desde que chegou à Assembleia Legislativa, o ofício do STJ voltou à estaca zero do trâmite de análise por parte dos deputados estaduais.

Isto porque a CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) entendeu que houve equívoco por parte de Márcio Monteiro (PSDB), nomeado inicialmente relator do pedido, que foi lido na mesa diretora da casa em 6 de julho. Evocou a responsabilidade sem que ela tivesse sido votada pelo colegiado interno da Assembleia.

Hoje os deputados devem votar pela relatoria do processo e, a partir de então, entra-se novamente no rito, sem data para terminar.

Escolhido o relator, é dado prazo de cinco dias para a defesa do governador. O relator, então, não tem prazo para emitir parecer.

Quando decidir, terá de enviar sua análise para o governador, que terá cinco dias para se defender. O relator deverá analisar também os argumentos na tese de defesa.

O governador ainda tem uma segunda chance de defender-se, caso seja necessário, desta vez com prazo de três dias. Quando voltar ao relator, o caso pode ser arquivado ou enviado pela CCJ à análise do plenário.

Teoricamente, os deputados têm independência para votar a matéria. Ou seja, mesmo que a CCJ determine o arquivamento, ele será submetido à votação em plenário.

Para deferir o ofício, são necessários dois terços dos votos da casa, o que significa 16 avais parlamentares. Se for levado em conta o histórico da casa, Puccinelli tem grandes chances de ser ‘blindado' e evitar o processo: já conseguiu negativas da Assembleia ao STJ em pelo menos outras duas situações, em 2009 e 2012.