A Operação do Gaeco procura provas de esquema de agiotagem e estelionato que teria usado o nome do prefeito para supostamente levantar fundos em Campo Grande. A investigação corre em segredo de justiça.

O Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado) estaria investigando em Campo Grande um esquema de agiotagem e estelionato que poderia, supostamente, levantar fundos para a ‘compra’ de um vereador. Não há ainda detalhes sobre as circunstâncias e nem sobre quem estaria por trás do delito.

Nesta tarde de segunda-feira (28), no entanto, o desembargador Ruy Celso Florence confirmou que o Gaeco solicitou ao TJMS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul) autorização para busca e apreensão de documentos na casa do prefeito de Campo Grande, Gilmar Olarte.

O desembargador autorizou a busca e apreensão porque o prefeito tem foro privilegiado. As ações do Gaeco tiveram ampla cobertura midiática e geraram críticas nas redes sociais com rumores de que setores da imprensa estariam recebendo informações privilegiadas para sempre acompanhar as operações.

Com a ‘propaganda’ de que algo está em investigação, e o sigilo, surgiram inúmeros rumores. No entanto, até o momento a versão difundida pelas pessoas que já foram ouvidas é de que um ex-assessor de Olarte estaria usando o nome do prefeito sem conhecimento dele para articular os golpes.

“A investigação é sigilosa, mas o mandado de busca que eu assinei, pelo que eu vi, trata de compra de vereador. No documento, eles não falam de qual seria”, afirmou.

Os documentos buscados seriam para auxílio das investigações. “Eles investigam empréstimos feitos por agiotagem”. Questionado se Ronan Edson Feitosa de Lima era o principal suspeito de crime de agiotagem, o desembargador declarou que ele “e uma turma de gente” é investigada.

O mandado de prisão de Ronan também foi assinado pelo desembargador. “Ele estava ‘fugido’ daqui, tanto que foi preso em São Paulo”.

Outros detalhes sobre as investigações não podem ser repassados. “Está sob sigilo, mas conforme as provas forem aparecendo e o Gaeco for concluindo o inquérito, ele se tornará público”, explicou o desembargador.

Ações

Desde o dia 11 de maio deste ano, quando policiais do Gaeco prenderam dois guardas municipais por uso de arma de fogo sem o porte, a ação do Grupo é acompanhada de perto.

Todas as diligências correm em segredo de Justiça. Ronan Feitosa, nomeado por Bernal e ex-assessor do gabinete do vice-prefeito, foi preso em São Paulo e ouvido pelo promotor Marcos Alex Vera.

O pastor Mauro, da Assembleia de Deus Missões, também foi ouvido, além dos três vereadores do PT do B, Eduardo Romero, Otávio Trad e Flávio Cesar.

Após polêmica sobre o depoimento dos vereadores, advogados do PT do B apresentaram um documento esclarecendo que os mesmos são testemunhas no processo de investigação, assinado pelo promotor.

A prisão pela posse de uma arma calibre 38 do pintor Salém Pereira Vieira também é apontada como parte desta investigação do Gaeco.