Vereadores reclamam e ameaçam, mas não tomam atitude contra ofensas de Bernal

Desde que começou a administração o prefeito Alcides Bernal (PP) vive se alfinetando com a maioria dos vereadores da Câmara. A relação tensa e, por vezes, beirando a baixaria, já rendeu várias reclamações, ofensas e até ameaças. Porém, fora uma moção de repúdio, aprovada pela primeira vez na história, os vereadores não tomam atitude nenhuma para barrar o falante prefeito.

Bernal já chamou vereadores de mentirosos, açodados e até questionou a seriedade da CPI do Calote. A época o vereador Paulo Siufi (PMDB) ocupou a tribuna para dizer que não aceitaria estas ofensas, chegou a dizer que “iria para o pau” com o prefeito e instigou a Câmara a processá-lo, mas tudo não passou de ameaça.

Dias depois, ao receber do presidente da Câmara, Mário César (PMDB), uma avaliação de que a Casa não poderia processar o prefeito, já que ele não ofendeu a instituição, Siufi abafou o caso. Ele preferiu dizer que as ofensas não foram dirigidas a ele, embora já tenha sido chamado de caloteiro pelo prefeito por não pagar e nem encontrar solução para resolver o problema do despejo da Câmara.

Chamado de mentiroso por Bernal, Airton Saraiva (DEM) também não fez nada além de reclamações na tribuna. Indagado sobre a inércia da Câmara, que prefere ficar neste bate-boca com o prefeito, em vez de tomar atitude mais séria, o vereador justificou que não fará nada sem o apoio dos colegas. “Sozinho eu não vou entrar. Se tiver mais dou ou três tudo bem. O Paulo já caiu fora”, justificou, ao comentar a ameaça de processo, que até agora não saiu do discurso.

O presidente da Câmara, Mário César (PMDB), também faz discurso desencontrado quando o assunto é a falta de atitude diante do prefeito, que ainda intimida a Câmara com os votos conquistados em outubro de 2012. “Ele é um bom comunicador”, brincou, sem explicar se estava ironizando ou demonstrando temor ao discurso do prefeito.

O vereador Chiquinho Telles (PSD) avalia que a Câmara está atendendo um pedido da população, que não quer brigas. Por isso, o tempo dado ao prefeito. Porém, o vereador entende que oBernal não escutou o pedido das ruas e prefere criar um clima de desentendimento, embora diga que os vereadores não lhe deixam trabalhar.