Vereadores levam puxão de orelha de aluno de 14 anos durante sessão no Estrela do Sul

Os vereadores da Câmara de Campo Grande realizaram uma sessão comunitária no bairro Estrela do Sul nesta quarta-feira (8). A sessão vazia, com mais assessores do que moradores de bairro, não impediu que os vereadores recebessem reclamações e até um puxão de orelha de um aluno de 14 anos da escola Arthur de Vasconcelos Dias. […]

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Os vereadores da Câmara de Campo Grande realizaram uma sessão comunitária no bairro Estrela do Sul nesta quarta-feira (8). A sessão vazia, com mais assessores do que moradores de bairro, não impediu que os vereadores recebessem reclamações e até um puxão de orelha de um aluno de 14 anos da escola Arthur de Vasconcelos Dias.

O aluno começou o discurso relatando que a praça do bairro é refúgio para marginais e a população acaba ficando presa em casa, sem poder desfrutar da área de lazer, já que sente-se ameaçada. Ele perguntou se os vereadores não poderiam fazer nada e aproveitou para criticar o comportamento da classe política.

O jovem disse que os políticos não se respeitam e revelou que fica bestificado com a falta de seriedade. “Não prestam atenção quando o outro está falando. Ficam mexendo no celular. Como vão avaliar a proposta se não ouvem? A impressão é que vocês não estão conseguindo exercer o seu papel. Isso poderia melhorar. Não?”, protestou, arrancando aplausos dos colegas.

O presidente da Câmara, Mário César (PMDB), tentou se justificar, dizendo que a Câmara tem 29 vereadores, de 15 partidos diferentes, e que há discussões, sem que se falte com respeito. Porém, o aluno não acatou e utilizou uma regra escolar para rechaçar a justificativa.

“Aprendemos na escola que a educação é em primeiro lugar. A gente não tem que gritar com o outro, mesmo que não concorde com a opinião. Não devemos interromper quando alguém está expressando sua ideia”, concluiu.

Durante a sessão os poucos moradores presentes fizeram reclamações sobre o abandono enfrentado pelo bairro. Eles reclamaram da falta de condições para realizar evento no centro comunitário, falta de vagas no Centro de Educação Infantil, falta de limpeza no bairro, de sinalização e até do asfalto, anunciado em fevereiro de 2012 e que não chegou até hoje. “Peço um pouco mais de vontade para fazer”, pediu Cristiano Sanches.

A moradora Margarida Lopes reclamou da cobrança da taxa de esgoto nas contas de água. Ela disse que em vez de pagar 30%, acaba tendo uma despesa de 70% só com taxa de esgoto. “Isso afeta nós, assalariados. O dinheiro daria para comprar dois quilos de carne para 15 dias”, protestou.

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