As secretarias da Juventude e de Política Pública para mulheres completou nesta quarta-feira (9) cinco meses no papel na administração do prefeito (PP). O projeto chegou a Câmara no dia 9 de maio, foi aprovado no dia 18 de junho, mas há quatro meses, ou 123 dias, está travado no gabinete de Bernal.

Quando o projeto estava na Câmara e não era aprovado por erros técnicos, Bernal tentava culpar os vereadores, alegando que estavam engessando a administração e prejudicando a população. Porém, após quatro meses, sem indicação de ninguém e por responsabilidade exclusiva da prefeitura, Bernal não explica porque não nomeou os secretários.

Na Câmara, a oposição está indignada com a demora e acusa o prefeito de emperrar as secretarias para tentar negociá-la em troca de vereadores para conseguir uma base de sustentação menos frágil na Câmara. Na semana passada o vereador Carlão (PSB) informou que pode integrar a base de sustentação de Bernal e que o acordo foi fechado depois que o prefeito prometeu dar uma secretaria ao PSB em troca de apoio. Todavia, não informou se o partido ficará com uma das secretarias que está no papel.

Ao justificar a criação das novas secretarias o prefeito disse que seriam necessárias para conseguir recursos do Governo Federal. Ele chegou a dizer que os vereadores seriam responsáveis pelas eventuais perdas decorrentes da demora para aprovação. Porém, segundo os vereadores, no orçamento enviado a Câmara não há nenhuma verba destinada as duas pastas, o que causou estranheza, já que o projeto está nas mãos de Bernal há quatro meses.

Quando o projeto estava na Câmara Bernal prometeu que se aprovado, em 10 dias indicaria os responsáveis e organizaria as secretarias, mas não cumpriu o que foi dito. No dia 2 de setembro, após 85 dias com as pastas emperradas, Bernal voltou a fazer promessa, garantindo que indicaria os responsáveis em 15 dias, mas após 23 dias da segunda promessa, ninguém comanda a secretaria que segue como fantasma na administração.

O projeto chegou na Câmara no dia 9 de maio, mas só foi aprovado no dia 18 de junho, segundo os vereadores, por erros de grafia e no remanejamento das verbas. Bernal achava que não deveria dizer de onde seria retirada a verba para criar as secretarias, já que poderia fazer isso por decreto. Os vereadores discordaram e exigiram a informação. Perto do projeto caducar, faltando quatro dias para vencer, o prefeito acatou o pedido dos vereadores e informou que a verba de R$ 1,8 milhão para as novas pastas seria remanejada da SAS (Secretaria de Assistência Social).